Segmento formulou documento com 22 propostas aos  presidenciáveis. O objetivo é ampliar os serviços no país e contribuir  para reduzir os gastos públicos
Um seguro voltado para pessoas de baixa renda com valores  mais acessíveis. Uma apólice capaz de dar continuidade a obras de  infraestrutura no país. A possibilidade de garantir a complementação de  renda em meio à discussão sobre uma possível Reforma da Previdência. E  planos de saúde com preços mais acessíveis para a população. Esses temas  fazem parte de um documento com 22 propostas enviadas aos  presidenciáveis pela Confederação das Seguradoras (CNseg), que podem  pautar os debates entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no  segundo turno das eleições. O primeiro debate ocorrerá na sexta-feira,  na TV Bandeirantes (confira as propostas abaixo).
A ideia do segmento, que representa 6,5% do PIB do país, é  mostrar que pode contribuir com o crescimento da economia. Composto por  118 seguradoras, o setor é responsável pela geração de 152 mil empregos  diretos. No ano passado, pagou mais de R$ 277 bilhões em benefícios,  indenizações, resgates e sorteios. Para garantir os riscos que assume,  as seguradoras investiram em ativos que ultrapassam R$ 1,2 trilhão, o  equivalente a 25% da dívida pública. Mas não são só as cifras que pautam  a discussão.
PREVIDÊNCIA E SAÚDE EM PAUTA
Em entrevista exclusiva à coluna ‘Seguro de Si’, Marcio  Coriolano, presidente da CNseg, diz que a ideia é fazer com que as  propostas apresentadas pelo setor entrem na pauta do governo federal.  “Pelo menos dois temas vão ser mais provocados pela própria mídia, que é  Previdência e Saúde. Até agora, ninguém aprofundou essa discussão”,  argumentou.
GASTOS NA APOSENTADORIA
As propostas aos presidenciáveis foram apresentadas à  imprensa em coletiva na sede da CNseg, no Rio, na semana passada.  Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde, defendeu a  regulamentação do PrevSaúde, um produto de Previdência para ajudar a  arcar com os custos da saúde na aposentadoria, quando a renda do  indivíduo costuma ser reduzida e os gastos tendem a aumentar. “O  principal dilema da saúde suplementar é a escalada dos custos e a  incapacidade da população de arcar com isso”, afirmou. “Esse produto tem  forte apelo social, principalmente para uma população que envelhece”,  complementou Edson Franco, presidente da FenaPrevi.
O novo produto é uma das iniciativas apontadas no documento  para desonerar o orçamento do governo federal. Os planos de previdência  complementar são apontados como fundamentais para dar suporte a uma  possível Reforma da Previdência, que deve entrar em pauta no próximo  governo.
PROPOSTAS AOS PRESIDENCIÁVEIS
1 – Seguros inclusivos – Permissão de comercialização de  produtos com isenção do IOF e outros benefícios tributários. O objetivo é  facilitar o acesso de apólices à população de baixa renda.
2 – Assistência funeral
3 – Novos produtos de saúde – Criação de produtos e  introdução do médico de família. A proposta visa a ampliação do acesso a  planos de saúde com regras diferenciadas de compartilhamento de risco e  de atendimento assistencial.
4 – Coibir o exercício irregular da atividade seguradora –  Proteger o consumidor, regulamentando a oferta de produtos por mútuas e  cooperativas.
5 – Blindagem das reservas técnicas
6 – Prevsaúde – A ideia é formar poupanças previdenciárias  privadas de longo prazo para acumular recursos e garantir o pagamento  futuro de mensalidade de planos de saúde.
7 – Reforma da Previdência – Equacionar a dívida pública da União, Estados e Municípios por meio de uma reforma estrutural.
8 – Alívio da Judicialização – Criação de modelo de Câmara  de Mediação especializada para resolução de conflitos de consumo  relacionados ao seguro.
9 – Aplicação de novas tecnologias em saúde
10 – Novo modelo de remuneração de prestadores de serviços de saúde
11 – Novo modelo de reajuste de planos de saúde individuais
12 – Regulação de órteses, próteses e materiais especiais
13 – Novo modelo regulatório – Facilitar o desenvolvimento do setor e a aplicação de padrões internacionais.
14 – Análise de impacto regulatório
15 – Conselho de Saúde Suplementar – Reativação do órgão colegiado do Ministério da Saúde.
16 – Marco regulatório de capitalização – Promover a  elevação dos índices de poupança interna e ampliar os benefícios  oferecidos pelos títulos de capitalização à sociedade.
17 – Aperfeiçoamento das regras de investimento
18 – Garantia de grandes obras – Execução mais acelerada de  projetos governamentais de infraestrutura necessários para a retomada  do crescimento econômico.
19 – Regulação dos agentes de seguros
20 – Canais de distribuição – A ideia também busca a  adaptação do setor à evolução comportamental da sociedade em relação ao  uso das novas tecnologias, com redução de gastos.
21 – Seguro de vida universal
22 – Produtos para pequenas e microempresas – Incentivar a  contratação de programas de proteção previdenciária privada e  securitária para seus colaboradores, com tratamento fiscal diferenciado.