No evento, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, destacou os impactos da recessão de 2016 e de parte de 2017 no desempenho do setor em 2018, mas lembrou que, ainda assim, este apresentou um resultado mais expressivo que outros setores da economia, com uma arrecadação global que deve alcançar a cifra de R$ 430 bilhões este ano.
Ao sintetizar o comportamento do setor nos últimos três anos, o presidente da CNseg ressaltou o forte ajuste de eficiência operacional e das regras de aceitação de riscos, a ampla revisão tarifária, o elevado padrão de governança obtido, o redirecionamento de linhas de negócios em função de vantagens competitivas e de escala e a adoção acelerada de processos de inovação. Destacou, também, a previsibilidade e estabilidade regulatória propiciada pela Susep e pela ANS, bem como a crescente modernização e proatividade dos corretores de seguros.
Coriolano afirmou, ainda, que a CNseg olha com ânimo e esperança para o futuro, com base nos objetivos declarados pelo novo Governo relacionados ao ajuste fiscal e à recuperação econômica, que devem propiciar novas oportunidades de emprego, ampliação da renda, recuperação da capacidade de investimento e reconstrução da infraestrutura em geral, sendo esses os principais combustíveis do seguro.
Órgãos reguladores destacam as conquistas e avanços de 2018
Presente ao evento, o diretor-presidente substituto da ANS, Leandro Fonseca, destacou o ambiente político conturbado em 2018, mas afirmou que esse cenário não impediu que a ANS encerrasse o ano com várias conquistas, principalmente em pautas relacionadas aos consumidores e à transparência, que, segundo Fonseca, deverão permanecer na agenda de 2019.
O superintendente da Susep, Joaquim Mendanha, por sua vez, avaliou que o ano de 2018 também foi positivo para a Susep, que, segundo ele, registra este ano 30 resoluções aprovadas e 50 circulares publicadas. Mendanha ressaltou, ainda, a boa interlocução ocorrida entre a Superintendência, a CNseg e as Federações que compõem a Confederação, o que, em sua avaliação, contribuiu muito para o avanço do setor. Para 2019, informou que inovação será um dos temas que não deverão sair da pauta, e disse que a Susep contará com uma comissão permanente sobre o tema.
O presidente da FenSeg, João Francisco Borges da Costa, considerou 2018 como um ano desafiador para os Seguros Gerais, particularmente para o seguro auto que, apesar das expectativas iniciais, não teve um desempenho tão bom quanto o desejado.
Entretanto, ele também reconheceu os avanços do período, destacando o combate à venda irregular de seguros, trazendo a atividade das cooperativas que comercializam a proteção veicular para a regulamentação, e o projeto de lei que obriga a contratação do seguro garantia em todas as licitações de obras públicas.
O presidente da FenaPrevi, Edson Franco, afirmou ter expectativas positivas para 2019, após bom crescimento de alguns produtos em 2018, como o prestamista, que teve desempenho recorde, e as reservas dos produtos de vida e previdência tendo alcançado a cifra de R$ 817,4 bilhões. Ainda assim, segundo Franco, o ano também trouxe seus desafios, como a necessidade de os produtos de acumulação se adaptarem ao novo patamar das taxas de juros.
Para 2019, informou que a agenda é ambiciosa, passando, entre outras ações, pela diversificação dos canais de distribuição e pela reforma da previdência. Em relação a esse último ponto, Edson relatou que foi entregue nesta terça-feira, 18, ao presidente eleito Jair Bolsonaro uma proposta de reforma estrutural da previdência, com forte apelo de justiça social e equilíbrio financeiro.
Representando o presidente da FenaCap, Marcos Coltri, o vice presidente da Federação Nacional de Capitalização, Ryvo Matias Pires dos Santos, destacou o crescimento das reservas técnicas em 2018, que atingiram cerca de R$ 30 bilhões; a edição do marco regulatório da Capitalização, que possibilitou a criação de dois novos produtos, e a campanha da Federação nas redes sociais, que ampliou a divulgação dos conceitos da Capitalização à sociedade.
Para 2019, afirmou que o objetivo é o fortalecimento da estratégia de apresentar a Capitalização como solução de negócios com sorteios.
“Chegamos ao fim de 2018 com a expectativa de novos ares e de mudanças”, afirmou a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes. Entretanto, disse ela, os desafios enfrentados pela Saúde Suplementar devem permanecer em 2019, como a escalada dos custos devido ao avanço tecnológico, a mudança do perfil epidemiológico, o envelhecimento da população, a judicialização, o clamor populista e o descompasso entre renda e emprego e a capacidade de compra de serviços médicos.
E justamente para enfrentar esses desafios, afirmou Solange, que a FenaSaúde propôs ao governo 11 medidas em prol da sustentabilidade do setor, como o fortalecimento da atenção primária, um novo modelo para o reajuste dos planos individuais e uma maior transparência dos custos, entre outros.
Destacando a importância da Saúde Suplementar para a economia, a presidente da FenaSaúde lembrou que o setor atende a mais de 47 milhões de brasileiros e já financiou 1,5 bilhão de procedimentos - entre consultas, exames, terapias e internações.
Durante o evento, ocorreu, ainda, a eleição dos novos presidentes das Federações que compõem a CNseg. Antonio Eduardo Marquez de Figueiredo Trindade, da Chubb Seguros Brasil S.A., para a FenSeg. João Alceu Amoroso Lima, da Notre Dame Intermédica Saúde S.A., para a FenaSaúde; Jorge Pohlmann Nasser, da Bradesco Vida e Previdência, será o novo presidente da FenaPrevi, e Marcos Renato Coltri, Brasilcap Capitaização S.A., foi reconduzido à presidência da FenaCap.