A Amil,
que faz parte do grupo do setor de saúde UnitedHealth Group, com
sede nos EUA, anunciou a clientes no sábado (27) que vai
descredenciar 10 hospitais a partir do dia 21 de junho. A operadora
de saúde alega que quer alinhar a rede de hospitais credenciados
com as "mais recentes evidências médicas e modelos de remuneração
que premiam os resultados clínicos e a experiência do
paciente".
(Correção:
O G1 errou ao informar que
são 17 hospitais descredenciados nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Pernambuco, além do Distrito Federal. Na verdade são 10
hospitais descredenciados em SP e RJ. A informação foi corrigida às
12h54)
"Os beneficiários continuarão a
ter acesso a uma sólida rede de hospitais e provedores que praticam
medicina baseada em evidência, com foco em melhores resultados de
saúde", informou no comunicado.
Todos os hospitais da lista são
da Rede D'OR. Veja abaixo:
- Hospital Assunção (São Bernardo)
- Hospital e Maternidade Brasil (Santo André)
- Hospital Sino Brasileiro (Osasco)
- Clínica São Vicente (Rio de Janeiro)
- Hospital Barra D'Or (Rio de Janeiro)
- Hospital Caxias D'OR (Rio de Janeiro)
- Hospital Copa D'OR (Rio de Janeiro)
- Hospital Oeste D'OR (Rio de Janeiro)
- Hospital Quinta D'OR (Rio de Janeiro)
- Hospital Rios D'OR (Rio de Janeiro)
Já outros sete hospitais tiveram
ajuste de rede (alteração de alguns planos) para continuar dentro
da Amil, mas não foram descredenciados. Veja abaixo:
- Hospital HCOR (São Paulo)
- Hospital Leforte Liberdade - antigo Hospital Bandeirantes (São
Paulo)
- Hospital São Luiz - unidade Jabaquara (São Paulo)
- Hospital e Maternidade São Luiz - unidade Itaim (São
Paulo)
- Hospital São Luiz - unidade Morumbi (São Paulo)
- Hospital Santa Luiza (Brasília)
- Hospital São Marcos (Recife)
A lista foi repassada por meio
de comunicado interno do CEO da Amil aos colaboradores do grupo.
O G1 entrou em contato com a Amil para obter
a lista, mas a empresa não divulgou.
Mudança na remuneração dos serviços
O jornal O Globo, em reportagem
publicada no sábado, informa que a Amil pressionou esses hospitais
para mudar a forma de remuneração, da chamada remuneração por
serviço (hospital recebe por procedimento prestado) para
remuneração por pacotes de serviços (hospital recebe pelo conjunto
de procedimentos recomendado a determinadas doenças/quadros de
saúde).
No caso de uma fratura, por
exemplo, o modelo por remuneração é feito da seguinte forma: o
hospital faz os exames e os procedimentos. Tudo isso é cobrado da
operadora. Inclusive se os procedimentos tiverem de ser
refeitos.
No modelo proposto pela Amil, um
valor fechado é pago ao hospital, que fica responsável, com aquele
valor, por fazer o tratamento usando sua eficiência e estratégia
para resolver o caso do paciente.
A Amil argumenta, segundo a
reportagem, que o antigo modelo incentiva procedimentos
desnecessários e leva ao desperdício e assistência médica
inadequada. A operadora afirma que 30% de sua rede credenciada de
hospitais está no novo modelo de remuneração.
Em nota, a Rede D'Or São Luiz
confirmou que, a partir de 21 de junho, parte de seus hospitais
deixará de atender alguns planos da Amil. Veja, abaixo, a íntegra
do comunicado:
"A Rede D’Or São Luiz
esclarece que, a partir de 21 de junho, parte de seus hospitais
deixará de atender alguns planos do convênio Amil. Os demais
Convênios atualmente elegíveis seguem atendidos normalmente, sendo
mantido nosso compromisso de oferecer serviços de excelência aos
nossos pacientes.
A RDSL ressalta ainda que
sempre se manteve aberto ao diálogo com todas as operadoras, tendo
como prioridade buscar as melhores opções em prol do setor e do
paciente. A RDSL defende que o melhor cenário para todos, paciente,
médico e, mercado, e aquele que assegura a pluralidade de
prestadores de serviços, produtos e operadoras.
Somente assim, garante-se a
liberdade de escolha do paciente em ser atendido no local de sua
preferência, bem como do médico em praticar uma medicina de
excelência, valorizando sua qualificação e treinamento permanente.É
dessa forma que se afiança também a competitividade necessária para
a sustentabilidade do setor.
A RDSL é uma empresa
comprometida com a qualidade do cuidado que oferece a população,
tendo as suas unidades acreditadas nacional ou internacionalmente.
Nossos hospitais demonstram resultados assistenciais, comprovados
pela satisfação dos consumidores, além de estar entre os melhores
do mundo, representando um ambiente seguro e de qualidade para
médicos e pacientes.
O compromisso do Grupo com a
medicina de excelência e na atenção ao paciente é ratificada nos
mais de 80 mil médicos credenciados em nossa rede. São
profissionais referência nacional e internacional que acompanham o
engajamento da Rede em oferecer a melhor infra estrutura e
equipamentos para que possam exercer sua atividade em nível de
excelência.
Adicionalmente, a RDSL
trabalha pela sustentabilidade setorial, adotando as melhores
práticas de gestão, e trabalhando com novos modelos de remuneração
junto as suas mais de 70 operadoras de saúde parceiras que
compartilham o valor de se oferecer a sociedade o melhor que a
medicina tem. Por fim, a RDSL reitera que busca evoluir junto com o
setor e não abre mão de ter foco na qualidade assistencial prestada
ao paciente em primeiro lugar."
ANS está monitorando situação
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) informou ao G1 que
monitora a situação e atuará em caso de necessidade para impedir
que haja descumprimento da legislação do setor de planos de saúde e
para garantir que não haverá prejuízo aos consumidores. A agência
ressalta que não poderá haver descontinuidade na assistência aos
beneficiários em tratamento ou em internação.
Em caso de dificuldades de atendimento, o consumidor deverá
solicitar a solução do problema à operadora. Se não tiver a
situação resolvida, deverá entrar contato com a ANS por meio de um
de seus canais de atendimento: Disque-ANS 0800 701 9656; Formulário
Eletrônico na Central de Atendimento em www.ans.gov.br ou em um dos
12 Núcleos da ANS existentes nas cinco regiões do país.
Veja a nota da Amil enviada aos clientes no
sábado:
Prezado(a),
Nós, da Amil, estamos empenhados em assegurar a você cuidados
de
alta qualidade, a melhor experiência como paciente e custos
acessíveis.
Como parte desse propósito, estamos comprometidos em alinhar
a nossa
rede de hospitais credenciados com as mais recentes
evidências médicas
e com modelos de remuneração que recompensam resultados
clínicos e
a experiência do paciente.
Já há algum tempo, trabalhamos diligentemente para
desenvolver
nosso relacionamento com hospitais selecionados e fazer
avançar esses
importantes compromissos que estabelecemos com você.
Entretanto,
não foi possível chegar a um acordo com alguns hospitais e
tomamos
a decisão de substituí-los por outros. Certos hospitais
optaram pelo
cancelamento unilateral do contrato com a Amil. Essa é uma
decisão
que lamentamos.
Mesmo assim, você continuará a ter acesso a uma assistência
de alta
qualidade em nossa sólida rede de hospitais e médicos
credenciados
por todo o país.
O que isso significa?
Se você ou um familiar estiver em um desses hospitais ou
precisar
usar essas unidades até o dia 20 de junho, não haverá
mudança. Nós
estamos disponíveis para esclarecer suas dúvidas no
site amil.com.br,
no aplicativo Amil Clientes ou no 0800 707
1663.
Entendemos que escolher outro hospital credenciado nem sempre
é
uma tarefa fácil. Saiba que temos uma rede de prestadores de
serviços
médicos de alta qualidade, prontos para cuidar de você. Temos
o
compromisso de trabalhar ao seu lado para encontrar opções
que
estejam de acordo com os nossos altos padrões de qualidade e
que
atendam às suas necessidades.
Os meus procedimentos serão afetados se eu já tiver
autorização
para um desses hospitais?
Os serviços autorizados até 20 de junho de 2019 não serão
afetados.
Reiteramos nosso compromisso em atendê-lo(a) com a qualidade
que
você espera - o cuidado certo, no lugar
certo e na hora certa.
Consulte o site amil.com.br e o
aplicativo Amil
Clientes para verificar as especialidades e os
hospitais disponibilizados para o seu plano.
Atenciosamente,
Amil