O Valor Online relata que os hospitais
privados estão negociando com as operadoras de planos de saúde um
pagamento médio mensal com base no histórico de pagamentos. A
receita dos hospitais está menor porque está havendo um adiamento
ou cancelamento de cirurgias eletivas para que os leitos sejam
ocupados por pacientes acometidos pelo novo coronavírus, cujo custo
de internação é menor.
“A receita dos hospitais privados
vai cair bastante. Estamos pleiteando com as operadoras para que as
reservas técnicas sejam usadas para pagar os hospitais. A ideia é
garantir uma receita média, seria por um período de três a seis
meses. Isso poderia ser amortizado depois”, disse o médico Paulo
Chapchap, presidente do Hospital Sírio-Libanês e diretor da
Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp). Chapchap
participou há pouco de webinar promovido pelo Itaú BBA.
O presidente do Sírio-Libanês
destacou ainda que os hospitais estão tendo custos elevados com
insumos, materiais e medicamentos que aumentaram de forma
expressiva, além do aumento de despesas com pessoal, uma vez que
uma quantidade de pessoas será afastada por contaminação, o que
demandará substituição e pagamento de horas extras.
Ainda segundo Chapchap, com a menor
receita dos hospitais, a taxa de sinistralidade das operadoras vai
cair. Ele disse ainda que as operadoras podem, por sua vez, sofrer
com inadimplência ou com redução de carteira num cenário de crise
econômica. No Sírio-libanês, cerca de 4% dos funcionários testaram
positivo e entraram em quarentena.
O Sírio-Libanês triplicou o número
de leitos de UTI para atender pacientes com covid-19. “Quando se
aumenta o número de UTIs também precisamos aumentar o volume de
leitos normais para atender os pacientes que tiveram alta da UTI
quanto aqueles que estão sendo internados em casos menos graves”,
disse o médico, explicando que um paciente covid-19 fica internado
entre 10 e 14 dias.
Questionado sobre o isolamento
social, Chapchap disse que ainda serão necessários um ou dois meses
para se pensar em abandonar a quarentena. “É preciso ter uma
significativa redução de internações e mortalidade para afrouxar a
quarentena. A covid-19 tem uma fase de silêncio longa, ou seja,
desde o contato até ela se desenvolver, leva-se quatro semanas”,
explicou o médico.
Ele disse ainda que os testes
rápidos para diagnóstico da covid-19 tem uma alta incidência de
falso negativo. “Para análise em massa e para saber quantos por
cento da população está imunizada esse teste é bom. Porque ele
detecta o anticorpo do vírus, ou seja, mostra se a pessoa já pegou
a doença e pode estar imunizada”, disse.