Monitoramento até agosto inclui
novidade: detalhamento da evolução de beneficiários e número de
exames
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) disponibiliza nesta sexta-feira (18/09) uma nova
edição do Boletim Covid-19, com o monitoramento do setor de planos
de saúde durante a pandemia de Coronavírus. O informativo contempla
dados coletados até agosto e apresenta novidades em relação às
edições anteriores: além das informações assistenciais,
econômico-financeiras e demandas dos consumidores recepcionadas
pela ANS, foram incluídos dados que detalham a evolução do número
de beneficiários e número de exames relacionados à Covid-19
realizados na saúde suplementar no período da pandemia.
O objetivo do boletim Covid-19 é
monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor durante o
período da pandemia, subsidiando análise qualificada da Agência
Reguladora e prestando mais informações à
sociedade.
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acessar a publicação.
Os indicadores assistenciais
apontam as principais tendências em relação à utilização de
serviços de saúde hospitalares durante a pandemia e suas
implicações nas despesas das operadoras. Os dados abrangem ainda
informações sobre atendimentos em Serviços de Apoio Diagnóstico
Terapêutico (SADT), permitindo uma análise da utilização de
procedimentos eletivos fora do ambiente hospitalar. Já os
indicadores econômico-financeiros analisam a sinistralidade
observada através do fluxo de caixa das operadoras - movimento de
entrada (recebimentos) e saída (pagamentos) de recursos em um dado
período - e a inadimplência, ou seja, o não pagamento de obrigações
no prazo estabelecido. O boletim também inclui análise das demandas
dos consumidores registradas pelos canais de atendimento da
ANS.
A novidade desta edição do Boletim
é o acréscimo de informações sobre a variação da base de
beneficiários de planos de saúde, com detalhamentos da evolução do
número de vínculos por tipo de contratação e por faixa etária.
Também foram adicionados dados referentes à realização de exames de
detecção de Covid-19 e de imagem de tórax, extraídos da base do
Padrão TISS (Padrão de Troca de Informações da Saúde
Suplementar).
Para a análise dos indicadores
assistenciais, a ANS considerou informações coletadas junto a uma
amostra de 52 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para
os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 100
operadoras também selecionadas via amostragem, de acordo com a
relevância da base de beneficiários. Juntas, as operadoras
respondentes para estes dois grupos de informação compreendem 73%
dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares. Para esta
coleta adicional, as informações são provenientes de dados enviados
através de Requisições de Informações. Adicionalmente, na
construção do boletim, para estes e demais indicadores relacionados
a demandas de consumidores e variação da base de beneficiários,
foram utilizados dados oficiais da ANS, entre eles, o Documento de
Informações Periódicas (DIOPS), o Sistema de Informações de
Fiscalização (SIF) e o Sistema de Informação de Beneficiários
(SIB).
Evolução de beneficiários
A evolução de beneficiários no
setor reflete o movimento de adesões e cancelamentos de planos de
saúde diante da pandemia e é uma informação relevante a ser
monitorada, já que impacta tanto em despesas assistenciais quanto
na receita das operadoras. Em julho, a evolução mensal de
beneficiários em planos médico-hospitalares apresentou leve
crescimento de 0,1% no comparativo com o mês anterior, totalizando
46.758.762 beneficiários.
Quando analisados os dados de julho
em relação a março de 2020, por tipo de contratação do plano,
observou-se que somente os coletivos por adesão apresentaram
crescimento no período, ainda que pequeno (0,57%). Já os planos
coletivos empresariais e individuais ou familiares registraram
queda nesse período, respectivamente de 0,98% e de
0,55%.
Considerando o tipo de contratação
do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a taxa de
crescimento de beneficiários idosos (acima de 59 anos) foi positiva
em todos tipos de contratações nesse mesmo período (março a julho
de 2020): 1,05% de aumento nos coletivos empresariais, 0,79% nos
individuais ou familiares e 0,59% nos coletivos por adesão. Já no
caso dos beneficiários da faixa etária até 59 anos, houve redução
na evolução de beneficiários nos planos de contratação coletivo
empresarial e individual ou familiar, sendo 1,16% e 1,05% de queda,
respectivamente. Nos coletivos por adesão, foi registrado aumento
de 0,57%.
Esse resultado é condizente com a
conjuntura da pandemia, indicando que a população mais vulnerável
se esforça para preservar ou ampliar a cobertura assistencial e os
efeitos da crise econômica e do desemprego prejudicam mais a
população em idade ativa do que os aposentados.
Informações assistenciais
Em agosto, a taxa geral de ocupação
geral de leitos manteve-se semelhante ao mês anterior, com 65% de
ocupação ante 64% em julho. Entretanto, continua abaixo da taxa de
ocupação de agosto de 2019 (72%), mantendo o padrão que tem se
verificado desde março. Essa informação considera a ocupação tanto
para o atendimento à Covid-19 quanto para demais procedimentos não
relacionados à doença e engloba leitos comuns e de UTI. Já a taxa
geral de ocupação dos leitos alocados para Covid-19 (com ou sem
UTI) em agosto ficou em 57%, levemente abaixo do percentual
verificado em julho (59%).
A quantidade de consultas em
pronto-socorro que não geraram internações manteve-se estável em
relação ao mês anterior, o que pode apontar a mudança de
comportamento dos beneficiários de planos de saúde (já verificada
no boletim anterior), que têm buscado manter os cuidados durante a
pandemia. Também pode refletir mudança na organização das
operadoras no que diz respeito à forma de acesso aos serviços de
saúde, indicando que a demanda de atendimento pode estar sendo
absorvida pela Atenção Primária, inclusive quanto à facilidade de
acesso às consultas médicas por telessaúde.
Já a busca por atendimentos de
Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT) continua
apresentando retomada gradual, embora ainda esteja abaixo do
patamar anterior ao início da pandemia. Em agosto foi verificada
variação positiva de 2% em relação a julho. O acompanhamento desse
indicador durante a pandemia apontou redução significativa na busca
por esse tipo de atendimento em 2020. A queda se apresentou mais
acentuada no mês de abril (63% em relação ao mesmo período do ano
passado) e vem diminuindo gradativamente. Em agosto, a redução da
demanda por SADT em relação ao mesmo mês do ano anterior foi de
12%.
O boletim mostra ainda comparação
dos custos de internação - por Covid-19 e outras internações
(clínicas e cirúrgicas) - considerando, além dos custos
assistenciais por dia de internação, a duração média das
internações para cada tipo. Os custos por diária em internações com
ou sem UTI mantiveram-se estáveis em relação ao mês
anterior.
Dos novos dados sobre realização de
exames, extraídos da base do Padrão TISS, destaca-se o número de
testes de detecção de Covid-19, entre março e junho, relativamente
baixo frente à população atendida por planos de saúde; e a alta de
exames de tomografia computadorizada de tórax, ferramenta bastante
usada no auxílio aos diagnósticos de Covid-19.
Em junho, foram contabilizados
124.376 exames para detecção de Covid-19 do tipo Pesquisa de RT-PCR
(teste considerado padrão-ouro para diagnóstico, incluído no Rol de
Procedimentos em 13/03/2020). Também foram contabilizados no
período 3.384 exames diversos para detecção de vírus respiratórios
e 105 exames do tipo sorológico. Em relação aos exames de imagem do
tórax, observou-se aumento no número de procedimentos de tomografia
computadorizada, que em junho tiveram alta de 51,7% em relação a
fevereiro.
Informações
econômico-financeiras
Nessa seção do Boletim Covid-19
foram verificados dados de 100 operadoras para análise do fluxo de
caixa e de inadimplência. Nos gráficos apresentados no boletim, é
possível verificar a redução dos valores pagos pelos beneficiários
em agosto comparado a julho, bem como um aumento das despesas
assistenciais. Como consequência se observa um aumento do índice de
sinistralidade, que passou de 64% em julho para 71% em agosto. A
elevação ocorreu devido à redução dos valores pagos pelos
beneficiários em agosto comparado a julho, bem como um aumento, mas
ainda abaixo do patamar histórico, das despesas
assistenciais.
Os dados relativos à inadimplência,
tanto para planos individuais ou familiares quanto para coletivos,
continuam próximos dos níveis históricos. Em agosto, o percentual
geral ficou em 7%, mesmo índice do mês anterior. Nos planos
individuais, também não houve variação em relação a julho, tendo
sido registrado 11% de inadimplência em agosto. Nos coletivos, o
índice foi de 5% (em julho foi de 4%).
Demandas de
consumidores
O Boletim Covid-19 informa ainda a
quantidade de demandas registradas pelos beneficiários de planos de
saúde pelos canais de atendimento da ANS. Em agosto, houve queda de
6,3% no número total de reclamações (relacionadas ou não à
Covid-19), em comparação ao mês anterior. Nesse mês, foram
registradas 14.023 queixas, ante 14.965 registradas em
julho.
Quando consideradas apenas as
reclamações de natureza assistencial, observamos que a redução no
mês de agosto foi ainda maior: 12,5% em comparação ao mês anterior.
As reclamações assistenciais são um indicador importante para
estimar o comportamento da utilização de serviços de saúde no
setor, pois têm relação direta com a procura dos beneficiários por
atendimento.
Em relação às demandas relacionadas
especificamente à Covid-19, o boletim informa que, de março até o
final de agosto, foram registrados 15.221 pedidos de informações e
11.123 reclamações sobre o tema. Do total de reclamações, 57% dizem
respeito a dificuldades relativas à realização de exames e
tratamento; 28% se referem a outras assistências afetadas pela
pandemia; e 15% são reclamações sobre temas não assistenciais
(contratos e regulamentos, por exemplo).
É importante destacar que as
demandas de reclamação dos consumidores passam pela mediação de
conflitos realizada através da Notificação de Intermediação
Preliminar (NIP), conforme definição prevista na Resolução
Normativa nº 388/2015. A mediação possibilita que as operadoras
reparem sua conduta irregular e resolvam os problemas dos
beneficiários e evitando, assim, a abertura de processo
administrativo e judicial. Entre os meses de março e junho de 2020,
a NIP alcançou 92% de resolutividade, considerando todas as
demandas cadastradas na ANS no período que foram passíveis de
mediação, bem como 89,2% de resolutividade quando consideramos
somente as demandas relacionadas à Covid-19. Esse dado informa que
a maioria das reclamações apresentadas foram solucionadas no âmbito
da mediação, demostrando um esforço relevante das operadoras para
informar e solucionar as queixas de seus beneficiários.
Cabe também esclarecer que na
metodologia utilizada para a classificação das demandas
relacionadas à pandemia de Coronavírus, utilizou-se marcadores
específicos relativos à Covid-19 tendo como base os relatos dos
consumidores ao cadastrar suas reclamações e pedidos de informação
na ANS. Não há, portanto, em relação a essas demandas, análise de
mérito sobre eventual infração da operadora ou da administradora de
benefícios à Lei 9.656/98 e seus normativos ou aos termos
contratuais. Clique
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das demandas.
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