O Valor
Econômico relata que as empresas de setores que adotaram o
“home office” no ano passado tiveram menos gastos com planos de
saúde quando comparadas às companhias que precisaram continuar suas
atividades presencialmente, uma vez que seus funcionários ficaram
menos expostos aos riscos da covid-19. Entre aquelas que não
puderam interromper o trabalho presencial, houve um aumento de 15%
em internações de casos complexos, sendo que deste volume cerca de
80% estão relacionados à covid-19. Os dados são da consultoria
Mercer Marsh, que analisou 700 empresas, que juntas possuem 2
milhões de usuários de planos de saúde.
No
mercado financeiro, em que a maioria dos funcionários migrou para o
teletrabalho, houve uma queda de 17% na inflação médica (indicador
que mede custo e a frequência de uso do plano de saúde). Nas
empresas de bens de consumo não duráveis, a redução foi de 12%
mesmo com o pessoal das fábricas trabalhando normalmente nesta
pandemia. Isso é explicado em parte porque a área administrativa
dessas companhias foi para o “home office” e várias empresas desse
setor oferecem transporte fretado para a equipe da fábrica. “Além
disso, vale destacar que, no ano passado, muitas pessoas deixaram
de ir ao pronto-socorro, realizar consultas e exames com medo de
contaminação, o que reduziu drasticamente os gastos de saúde”,
disse Antoniettta Medeiros, diretora de gestão de saúde e qualidade
de vida da Mercer Marsh Benefícios.
Na
carteira pesquisada pela consultoria, as internações tiveram uma
redução de 19% e os atendimentos no pronto-socorro caíram 25%.
“Foram 270 mil idas a menos ao PS no ano passado”, enumerou
Antonietta, explicando que boa parte dos atendimentos migrou para
telemedicina, que tem um custo 78% menor.
As
internações e pronto-socorro representam mais da metade do custo
total de um plano de saúde. A queda na frequência foi tão relevante
que compensou o aumento nos custos dos procedimentos médicos. O
valor das internações, por exemplo, subiu 26% devido à alta do
dólar, escassez mundial de materiais médicos e aumento de
utilização desses itens com a pandemia.