Alencar Filho: projeto abre
mão de receita sem necessariamente aumentar atendimento (Imagem:
Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
A
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara
dos Deputados rejeitou, na quarta-feira (23), o
projeto que cria um benefício fiscal para as empresas tributadas
pelo regime não cumulativo que contratam planos privados
de saúde para
os empregados.
O Projeto
de Lei 4393/20 é de autoria do
deputado Osires Damaso
(PSC-TO) e foi relatado pelo
deputado Otto Alencar Filho
(PSD-BA), que recomendou a rejeição.
Conforme a proposta, o benefício será na forma de um crédito de 67%
sobre o valor dispendido com o plano empresarial, que poderá ser
usado para abater a contribuição para o PIS/Pasep e
a Cofins. Para ter direito a ele, a empresa tem que custear
pelo menos 75% do contrato de plano de saúde.
Em
seu parecer, o relator citou alguns problemas no projeto, como a
ausência de um limite de gasto que daria direito ao benefício
fiscal. Ele também sentiu falta de dispositivos que obriguem que
todos os empregados sejam contemplados.
Outro ponto questionado é o impacto que haveria sobre a arrecadação
federal. “A população abriria mão de receita pública, destinada à
Seguridade Social, sem necessariamente aumentar o número de
trabalhadores acolhidos por planos de saúde, beneficiando apenas
grandes empresas”, disse Alencar Filho.
O
projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado
agora pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e
Justiça e de Cidadania.