Mais da metade dos países no mundo têm dificuldade para prevenir
o câncer e oferecer tratamento aos pacientes, segundo alerta da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, nessas
localidades, não há um controle eficiente da doença que inclua
prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados.
No Dia Mundial do Câncer, lembrado nesta segunda-feira (4), o
órgão destacou a necessidade urgente de ajudar países em
desenvolvimento a reduzir as mortes provocadas pelo câncer e a
oferecer tratamento de longo prazo apropriado, na tentativa de
evitar o sofrimento humano e proteger o desenvolvimento social e
econômico.
De acordo com a organização, o câncer permanece como a principal
causa de morte em todo o planeta – 7,6 milhões de pessoas morreram
em razão da doença em 2008 e, a cada ano, quase 13 milhões de casos
são diagnosticados. Mais de dois terços desses casos e dos
óbitos são detectados em países em desenvolvimento, onde as taxas
de incidência, segundo a OMS, aumentam de forma alarmante.
"Pesquisas sugerem que, atualmente, um terço de todas as mortes
por câncer são causadas por hábitos modificáveis incluindo o
tabagismo, a obesidade, o abuso de álcool e infecções. Se
detectados precocemente, muitos tipos de câncer como o câncer de
mama, o câncer cervical e o câncer colorretal podem ser curados com
sucesso", informou a organização.
Um estudo recente feito pela própria OMS em 185 países demonstra
que até mesmo localidades que contam com políticas de controle do
câncer têm dificuldade para traduzir o comprometimento do governo
em ações. Apenas 17% dos países africanos e 27% dos países
subdesenvolvidos têm planos de controle do câncer com uma
quantidade de recursos suficientes para que possam ser
implementados.
Outro dado alarmante mostra que menos da metade dos países no
mundo têm registro detalhado da incidência da doença. "Esses
registros são importantes para capturar informações de qualidade em
relação aos números e aos tipos de câncer para que políticas
nacionais eficazes de controle da doença possam ser desenvolvidas,
implementadas e avaliadas", acrescentou a OMS.