A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou,
nesta terça-feira (30), uma consulta pública que propõe novas
regras para os fitoterápicos.
A consulta ficará aberta por 60 dias. Só depois disso, a regra
será aprovada pela agência e passará a valer.
A principal mudança proposta é a criação da categoria "produto
tradicional fitoterápico", que vai existir de forma paralela ao
medicamento fitoterápico, que já existe.
Chapéu-de-couro, erva-de-bugre e macela são algumas das substâncias
que caberão no novo modelo do "produto tradicional
fitoterápico".
A intenção da agência é flexibilizar a regra atual. Hoje,
classificado como medicamento, todo fitoterápico deve apresentar
estudos clínicos e dados científicos que comprovem segurança e
eficácia.
Agora, classificadas como produto tradicional, essas substâncias
poderão ser liberadas pela Anvisa com base na comprovação da
eficácia e da segurança pela tradicionalidade por exemplo, pela
lista de substâncias já reconhecidas pela Anvisa, artigos e
livros.
As exigências atuais excluíram do mercado muitos dos produtos
usados pelas avós, avalia a Anvisa. O número de fabricantes dessas
substâncias caiu de 119 em 2008 para 78 em 2011. E o total de
produtos no mercado passou de 512 em 2008 para 384 três anos
depois.
"Tivemos o encerramento das atividade de um conjunto de empresas
farmacêuticas que não conseguiu superar os marcos regulatórios que
surgiram após a criação da Anvisa. Houve, não diria um equívoco,
mas uma desconexão entre o proposto e as realidades e
possibilidades do país. E alguns equívocos de caráter técnico que
as normas [passadas] trouxeram, dificultando demais a análise dos
processos pela Anvisa e a vida das próprias empresas", afirmou
Dirceu Barbano, diretor-presidente da Anvisa e relator do
processo.
A consulta traz uma lista de produtos que podem ser usados com
restrições (por exemplo, só uma parte da planta), uma lista de
produtos vedados do mercado brasileiro e novas regras para a
aferição da qualidade dos medicamentos fitoterápicos (alterando a
quantificação dos marcadores avaliados).
A proposta é que os produtos tradicionais fitoterápicos sejam
isentos de prescrição.
Segundo a assessoria de imprensa da agência, a proposta foi
incluída em uma outra consulta pública, que já tinha sido aberta
para tratar especificamente dos medicamentos fitoterápicos.