Os clientes das grandes operadoras de planos de saúde – que
respondem por mais de um terço do mercado – usaram mais os serviços
médicos e odontológicos em 2012 do que no ano anterior. Ao todo,
foram 371 milhões de procedimentos como consultas e exames, ou
10,5% a mais do que em 2011.
O aumento ocorre depois de um ano em que a carteira de clientes
dos grandes grupos disparou e cresceu 11,5% – de 13 milhões em 2010
para 14,2 milhões em 2011 –, bem acima dos 6,8% do setor como um
todo. No ano passado, entretanto, a alta foi mais tímida: 2,5%.
Os dados serão divulgados nesta terça-feira (13) pela Federação
Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que reúne os 17 maiores
grupos do setor, responsáveis por 31 operadoras e 24,3 milhões dos
66,5 milhões de beneficiários do País. Ao todo, as empresas
gastaram R$ 30,1 bilhões para bancar o tratamento dos clientes,
18,5% a mais do que em 2011.
A receita do setor em 2012 foi de R$ 37,2 bilhões, 17% acima de
2011. A despesa total, que inclui, por exemplo, gastos com folha de
pagamento, foi de R$ 36,1 bilhões, 18,4% acima de 2011.
A Fenasaúde considera que tem havido aumento acelerado dos
custos bancados pelas operadoras – o que justificaria aumentos
maiores nas mensalidades.
“A sociedade e as operadoras de planos e seguros de saúde devem
experimentar um considerável aumento nas despesas com assistência
médica no curto prazo, contribuindo para o aumento da inflação”,
informa o documento divulgado nesta terça-feira (13).
Neste ano, o teto de reajuste das mensalidades dos planos
individuais autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) foi o mais alto em oito anos: 9,04% , 2,45 pontos acima da
inflação. Também houve alta expressiva nos planos coletivos
menores. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec), entre os contratos com até 30 beneficiários o aumento foi
de 20%, em média.
Internações e exames a mais
As internações são minoria entre os 371 milhões de procedimentos
realizados em 2012, mas foram o tipo que em 2012, de acordo com os
dados da Fenasaúde: 22,8% a mais do que em 2011, ou 1,9 milhão.
Também subiram acima da média de 10,5% as terapias, que
contabilizaram 15,3 milhões de ocorrências ou 11% a mais.
Procedimentos odontológicos aumentaram 10%, para 41,5 milhões.
Além disso, os profissionais de saúde têm exigido mais exames – em
média, cada paciente teve de fazer 14, ou 7% a mais por consulta
realizada, o que significou a realização de 194,7 milhões de
procedimentos.
A entidade também argumenta que o custo médio dos procedimentos
aumentou. Cada exame saiu por R$ 442 para as operadoras, em média,
26% a mais do que em 2011. As consultas ficaram 20% mais caras e os
atendimentos ambulatoriais, 17,3%. As terapias custaram 22,4% a
mais para os planos, em média.