PróGenéricos
contesta mecanismo legal da Lei de Patentes e o vê como entrave
para desenvolvimento da indústria
Os
consumidores brasileiros deverão esperar mais de 20 anos para
contarem com as versões genéricas de mais de 40 medicamentos,
revelou nesta terça-feira (10/06) levantamento da Associação
Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos
(PróGenéricos).
Embora 20 anos seja o prazo máximo estabelecido
pela Lei 9.279/96, que define as regras de propriedade intelectual
no País, o parágrafo único do artigo 40 define que o prazo de
vigência de uma patente não poderá ser inferior a dez anos da data
da concessão da patente pelo Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (INPI).
O que
acontece atualmente é que o tempo que o INPI permanece com o
processo em análise pode levar mais de uma década.
Um
dos exemplos listados pela PróGenéricos é o do medicamento Champix,
produto da Pfizer utilizado no tratamento contra tabagismo. A
patente foi depositada no INPI em novembro de 1998, porém, só foi
analisada em junho de 2010.
“Trata-se de um mecanismo perverso, sem
precedentes na legislação internacional”, afirmou a presidente
executiva da PróGenéricos, Telma Salles, em comunicado divulgado ao
mercado.
A
executiva afirma ainda que como as análises do INPI são mais lentas
do que seria o ideal, o depósito da patente e período que a patente
espera para ser analisada já passa a contabilizar a proteção. “O
que exceder a 20 anos, é abuso e fere a Constituição”,
ressalta.
Segundo a PróGenéricos, outros setores da
economia (indústria química, petroquímica, agroindústria,
tecnologia, etc) também sentem os efeitos da legislação.