Uma loja de assistência técnica
pode ser a responsável pelo vazamento
das fotos íntimas do ator Stênio Garcia e da mulher dele, Marilene
Saade. O que levanta a preocupação dos usuários com a proteção
dos seus dados pessoais diante da necessidade de levar o smartphone
para o conserto.
"Os riscos não se restringem à
exposição de fotos íntimas, mas também o acesso a dados bancários,
a informações sensíveis que podem vir a ser utilizadas para
arquitetura de um sequestro ou qualquer outro ato mais grave",
afirma Rodrigo Filev, professor de ciência da computação do Centro
Universitário Fei.
Se o telefone estiver funcionando,
há alguns cuidados necessários e preventivos que podem evitar que
os técnicos tenham acesso a seus dados pessoais (veja abaixo). Mas,
caso o aparelho tenha pifado de vez, o jeito mesmo será contar com
a sorte e com a discrição daquele que tiver acesso às suas
informações.
"É por isso que sempre dizemos que
o mais seguro mesmo é não ter informações sigilosas armazenadas nos
smartphones", afirma Fabio Assolini, analista sênior de segurança
da Kaspersky Lab Brasil.
1. Opte por empresas
autorizadas
Diante da necessidade de levar o
dispositivo em uma assistência técnica, Bruna Castanheira,
pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV (Fundação
Getúlio Vargas), recomenda que o usuário dê preferência às empresas
autorizadas pelo fabricante. "Não que isso seja uma garantia de que
as suas informações estarão 100% seguras, mas os riscos são
menores", afirma.
2. Retire o cartão de memória
Caso o aparelho conte com um cartão
de memória removível, certifique-se que todas as informações
pessoais --tais como contatos e fotos-- estejam salvas nele e
retire-o ao levar o dispositivo ao conserto.
3. Faça o backup físico
Para os smartphones que não contam
com o cartão de memória removível -- como é o caso do iPhone e dos
novos Galaxys--, o cenário mais seguro, de acordo com Fabio
Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab Brasil, é
fazer o backup físico do smartphone. "Conecte o dispositivo ao
computador e faça um backup completo de todos arquivos, aplicativos
e configurações", sugere.
4. Recorra ao backup na nuvem
Para quem não tiver um computador,
a opção é fazer um backup na nuvem. "A segurança desse
armazenamento depende de como ele é feito", afirma Assolini. Para
que seja seguro, segundo ele, é preciso recorrer a uma boa senha,
além da dupla autenticação. "Esse método exige, além da senha, um
código enviado para o celular no momento do login"
5. Reset o aparelho
Com os arquivos e as configurações
salvas, é preciso fazer o chamado "hard reset", que além de apagar
todos os dados, restaura os padrões de fábrica do dispositivo. O
processo é bastante simples em qualquer sistema operacional.
No Android, acesse a janela de
configurações e procure por "Fazer Backup e Redefinir". Em seguida,
clique sobre "Restaurar dados de fábrica" e confirme a ação.
Já os usuários de iOS devem acessar
a janela de configurações (Ajustes). Na sequência, clique em
"Geral", "Redefinir" e "Apagar todo o conteúdo e Ajustes".
Caminho similar ao do Windows Phone: "Configurações" >>
"Sobre o telefone" >> "Redefinir o telefone".
6. Criptografar o celular
O uso da criptografia, como aponta
Filev, também é recurso eficaz para a garantida da privacidade dos
arquivos contidos no smartphone. Segundo ele, há alguns softwares
gratuitos no mercado que oferecerem a proteção de pastas e/ou
arquivos específicos. "Em geral, são simples de ser instalados. O
grande problema é que acabam deixando os dispositivos mais lentos,
além de consumirem um pouco mais a bateria."
7. Evitar senhas óbvias
Cuidado com as senhas! Afinal, de
nada adianta usar serviços na nuvem ou programas de proteção se a
senha escolhida for frágil. Assolini sugere que os códigos de
acesso não sejam números sequenciais ou repetidos, nomes de
parentes ou datas de nascimento. "O ideal é que se crie uma senha
única e com ao menos seis dígitos." Vale ainda alternar letras
maiúsculas e minúsculas, além de usar caracteres especiais ($, @,
!, # e outros).
8. Apagar os arquivos
Se a opção for apagar fotos íntimas
ou qualquer documento sigiloso, o importante é recorrer aos
destruidores de arquivos, como aponta Bruna. "Mesmo quando
apagados, os arquivos podem permanecer no disco rígido e, em alguns
casos, podem ser facilmente recuperados com programas de
recuperação de arquivos", relata a pesquisadora, que diz existir
programas – inclusive gratuitos -- que eliminam os rastros dos
arquivos. Uma das sugestões, segundo ela, é o CCleaner, disponível
para Android (http://zip.net/bwr51K).