O projeto de lei que veda às
seguradoras estabelecerem, nos contratos de seguros de veículos,
cláusula de exclusão de cobertura de danos decorrentes de agressão
ou de ato de vandalismo isolado ou de protesto coletivo, está
provocando polêmica na Câmara.
Na Comissão de Defesa do
Consumidor, por exemplo, após o relator, deputado Antônio Jácome
(PTN-RN), ter elaborado parecer favorável à matéria, outro
parlamentar, Ricardo Izar (PP-SP), apresentou voto em separado,
contrário ao projeto. “A obrigatoriedade de cobertura de eventos da
natureza e também atos de vandalismo trará, como consequência ao
consumidor, o aumento do preço do seguro, já que será necessário,
quando do cálculo atuarial, manter o equilíbrio financeiro do fundo
comum utilizado para o pagamento dos eventuais sinistros”, alertou
Izar.
Segundo ele, os riscos
extraordinários ou catastróficos são imprevisíveis e, por isso,
devem ser excluídos da sinistralidade normal. Na avaliação do
deputado Ricardo Izar, não é razoável, nem proporcional, se impor a
aceitação, pelo segurador, de um risco que já nasce agravado pela
sua condição de extraordinário em relação a veículos automotores de
via terrestre. “Além disso, a eventual cobertura de danos
decorrentes de eventos da natureza ou de atos de vandalismo
favorecerá o aumento dos casos de fraude, na medida em que o
segurado de má-fé poderá se valer de determinada situação, como uma
enchente ou uma manifestação, para submeter o bem segurado à
situação de risco, no intuito de obter a indenização
correspondente”, acrescentou.
Em tempo: voto em separado ocorre
quando um deputado diverge do parecer dado pelo relator.