Garantir o atendimento à
saúde é o grande desafio do brasileiro diante da oferta de plano de
saúde individual no mercado, os elevados preços cobrados, e a
sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS). Principalmente quem foi
demitido fica sem alternativa. Mais de 1,5 milhão de brasileiros
deixaram de ter planos de saúde nos últimos 12 meses, segundo dados
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Para discutir o impacto da crise
econômica e os reflexos para o consumidor no setor de plano de
saúde, a Proteste Associação de Consumidores promove, nesta
terça-feira, em São Paulo, o XIV Seminário Internacional Proteste
de Defesa do Consumidor, que reunirá especialistas do Brasil e do
exterior para debater os impactos para o setor de saúde suplementar
e, consequentemente, para o SUS.
Durante o evento, que acontece no
auditório da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
(SPDM), a Proteste apresentará os resultados de pesquisa com
usuários de planos privados que mostra, entre outros fatores, como
o consumidor dribla a falta do plano de saúde quando é demitido, ou
por não conseguir arcar com os custos.
O presidente da Agência Nacional de
Saúde (ANS), José Carlos de Souza Abrahão, abordará as ações da
agência reguladora para combater a crise e enfrentar a entrada de
produtos alternativos no mercado. Para mostrar como os europeus
lidaram na área da saúde, com as repercussões da crise econômica
desencadeada em 2008, participará João Oliveira, coordenador da
área de saúde da Associação Deco Proteste de Portugal. Regina
Parizi, do Instituto Ágora, falará sobre a situação da Espanha.
O impacto da crise para o Sistema
Único de Saúde (SUS) será tema de José Antônio Sestelo, pesquisador
do Grupo de Pesquisa e Documentação sobre o Empresariamento da
Saúde (GPDES), do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A visão dos prestadores sobre a
crise e a oferta de produtos alternativos para o consumidor será
tema de Florentino de Araújo Cardoso Filho, presidente da
Associação Médica Brasileira (AMB). As ações do setor regulado para
superar a crise serão abordadas por Sandro Leal, superintendente da
Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).
O impacto da crise para o sistema
de saúde suplementar será exposto por Paulo Furquim de Azevedo,
coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Instituto de
Pesquisa (Insper). O papel do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade) para coibir a concentração de mercado será
abordado por Kenys Menezes Machado, superintendente adjunto do
Cade. Já a professora Ligia Bahia, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), falará sobre a reconfiguração empresarial e seu
impacto para o consumidor.
O programa completo do evento está
disponível em www.seminario.proteste.org.br.
A participação é gratuita e a inscrição pode ser feita pelo
e-mail [email protected].