Para dar continuidade aos negócios, é
necessário um trabalho de gerenciamento de risco nas diversas obras
brasileiras que estão com cronograma atrasado
Com o ambiente político e econômico
desfavorável, obras essenciais para a infraestrutura e logística
nacional estão sofrendo atrasos e podem acabar sendo canceladas. Em
alguns casos, as seguradoras que entraram no começo dos projetos se
recusam a prorrogar as apólices por perceberem um aumento na
exposição ao risco.
“Grandes obras podem precisar de
várias seguradoras para garantir o risco. Se uma seguradora sai do
projeto, o percentual dela de participação no seguro precisa ser
reposto”, explica Clemens Freitag, Diretor de Infraestrutura da
corretora de seguros Aon. “Caso isso ocorra, é essencial ter uma
abordagem de gerenciamento de risco do projeto para substituir a
seguradora desistente”.
O pacote de seguros é uma exigência
contratual dos financiadores do projeto. Se as seguradoras não
prorrogam as apólices, os proprietários das obras podem precisar
renegociar o financiamento.
“O mais provável é que alguma
seguradora envolvida aceite o risco e prorrogue a apólice de
seguro”, acredita Freitag. “Em caso de necessidade de prorrogação
do pacote de seguros do projeto em função do atraso na entrega das
obras, o trabalho de gerenciamento de risco é importante para
evitar preços altos e coberturas restritas. Caso as condições
financeiras para concluir o projeto sejam muito difíceis, pode
acontecer de a obra ser interrompida”.
De acordo com Clemens, o Brasil possui
um grande passivo na área de infraestrutura e logística. “O país
continua a ter a necessidade de investir alto em rodovias,
ferrovias, portos e aeroportos, mas a situação de continuidade das
obras é desfavorável atualmente”, diz.
É provável que projetos sejam
descontinuados em breve. “Várias construtoras de infraestrutura
estão com dificuldades financeiras. Por causa da Operação Lava
Jato, elas não conseguiram novos contratos e algumas estão em
recuperação judicial”.