A Secretaria da Casa Civil paulista revelou nesta última
segunda-feira (16) que investiga o desvio de remédios da rede
pública para hospitais privados. De acordo com o Estado de S.
Paulo, os produtos são para tratamento de câncer e de pacientes
transplantados. O preço de cada unidade pode chegar a R$ 6,3
mil.
São investigados 2 hospitais estaduais, 15 particulares e 2
distribuidoras. Em um mês, houve a apreensão de 61 caixas de
Avastin, MabThera e Glypressin, avaliadas em R$ 200 mil.
Suspeita-se que eles tenham sido furtados ou roubados de dois
hospitais públicos da capital. As distribuidoras receberiam os
produtos e os revenderiam à rede privada por preço inferior ao de
mercado.
O presidente da Corregedoria-Geral da Administração, vinculada à
secretaria, Gustavo Ungaro, explicou ao jornal que a negociação era
feita em pequenas quantidades e, em muitas situações, as compras
ocorriam por meio de um portal de vendas de medicamentos.
Remédios foram identificados em pelo menos quatro hospitais. A
confirmação, segundo Ungaro, ocorreu em um estabelecimento da
capital, outro da Grande São Paulo e em dois de Brasília. Também
são investigadas unidades no Rio.
Os nomes dos hospitais investigados são mantidos em sigilo.
Ainda de acordo com a reportagem, a secretaria informou ontem o
nome de uma das duas distribuidoras investigadas: a Benetton,
situada em São Caetano do Sul.
O advogado Roberto Bernardinelli, da Benetton, negou
envolvimento da empresa e afirmou que fornecerá as notas fiscais de
compra dos medicamentos.
Em março, a secretaria havia
apreendido 30 caixas da remédios avaliados em R$ 160 mil.
Supostamente desviados da rede pública, foram apreendidos em
hospitais da capital, Grande São Paulo e Rio.