O setor de saúde suplementar
contabilizou no ano passado mais de 1,5 bilhão de
procedimentos realizados, entre consultas médicas,
atendimentos ambulatoriais, exames e terapias, segundo
a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para faturar
todo esse volume, operadoras de planos de saúde e
prestadores de serviços passam por longos processos.
A Amil, uma das
maiores operadoras do país, pretende mudar essa realidade com
o lançamento de um projeto de faturamento online. O
objetivo é proporcionar mais agilidade, segurança e
transparência aos mais de 4 milhões de procedimentos
realizados mensalmente e que envolvem seus cerca de 4
milhões de clientes de planos médicos e 18 mil consultórios
e clínicas credenciados. A facilidade está sendo testada por
200 prestadores e já tem sido uma aliada na economia de
tempo e no ganho de produtividade.
O token -
ferramenta lançada pela empresa em agosto do ano passado - integra
o processo que será concluído com o
faturamento online da conta médica. Ao
dirigir-se a um consultório ou clínica, o cliente informa o
número da sua carteirinha ao atendente, que reporta à
Amil, de forma online, a intenção do
atendimento. Um sistema inteligente analisa dados como
cobertura, rede credenciada e status do plano do
cliente e emite um código de seis dígitos diretamente para o
celular dele. Esse código - que o cliente precisa informar ao
atendente - confirma que ele está apto a
receber atendimento naquele estabelecimento, para o tipo de
procedimento desejado.
As informações referentes aos
atendimentos realizados são carregadas automaticamente na conta
médica do prestador e cruzadas com outras sobre a
negociação vigente. Desse modo, o prestador pode fechar o
faturamento e enviar a conta para processamento por meio
de um simples clique no site da operadora - sem a necessidade
de preenchimento de formulários, digitação de contas,
geração de protocolos e envio de e-mails. Com isso, a
nova ferramenta prevê a redução das glosas provenientes de
erros de digitação e de dados durante o
faturamento.
Nesse momento de transição, os
prestadores possuem alternativas para realizar o atendimento e o
faturamento mesmo sem o token, mas a expectativa da
empresa é expandir o projeto a 70% de sua rede até o fim do ano,
incluindo o desenvolvimento de novas soluções. "Outro ponto
importante é que os prestadores também conseguem saber com
antecedência quanto irão receber no fim do mês e fazer um
planejamento financeiro embasado nesses dados. Todos ganham mais
agilidade e segurança nesse processo: clientes, prestadores e a
própria operadora de plano de saúde. Estamos acompanhando de perto
essa mudança e orientando os prestadores em todas as suas dúvidas,
para que eles possam sentir cada vez mais confiança ao executar o
faturamento online", ressalta Daniel Coudry, diretor
executivo de Qualidade da Amil.
A fonoaudióloga Bianca Veloso é uma
das participantes da fase de testes do projeto e diz que a
tecnologia permitiu uma melhora significativa na gestão
de seu consultório, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro. "No
tempo passado, as guias tinham que ser digitalizadas. Depois
que se automatizou o processo, ganhamos mais tempo e
reduzimos problemas no recebimento pelos procedimentos realizados,
pois o próprio sistema alerta quando há informações
erradas. Assim, a gente evita surpresas futuras, retrabalho e
glosas", reforça.