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Plano de saúde: como administrar os riscos?

Fonte: Saúde Business Web Data: 11 novembro 2011 Nenhum comentário

Para especialista, operadoras devem oferecer cada vez mais acesso à prevenção e controle de doenças, além de gerir de forma integrada a assistência


Entre os grandes desafios para as operadoras de planos de saúde, está o envelhecimento da sua carteira de clientes. Isso porque a expectativa de vida vem aumentando e, historicamente, o idoso apresenta maior frequência na utilização desse serviço, o que gera elevados custos. A estratégia para driblar esse problema, é planejar o futuro. Considerar os jovens economicamente ativos – que serão os idosos de amanhã – e refletir sobre quais ações estão sendo tomadas para que eles possam fazer uso do benefício quando envelhecerem.

Para se ter uma ideia, em alguns países da OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development), a expectativa de vida cresceu, em média, três anos a cada década, e cerca de 0,8 anos por década para indivíduos com 65 anos. No Brasil, em 1940, a expectativa de vida era de 45,5 anos e, em 2000, atingiu os 70,4 anos. Estima-se que esse número chegue a 80 anos em 2040, mesma data em que se observará um equilíbrio entre as taxas de mortalidade e fertilidade da população. Certamente, há motivo para comemorar, mas esse fato também traz a reflexão sobre uma série de responsabilidades que se colocam para a sociedade.

Como as economias tendem a não suportar a manutenção do padrão de vida esperado em idades avançadas, os cidadãos precisam desenvolver o hábito de fazer uma poupança com esse objetivo. Controlar o consumo e investir em um plano de previdência para a aposentadoria também são atitudes desejáveis. Além disso, é fundamental difundir hábitos de vida saudável e prática de exercícios físicos para garantir uma vida com qualidade no futuro.

As empresas, por outro lado, precisam focar na prevenção de doenças. O aumento da velocidade das informações e do volume de demandas e responsabilidades faz com que os profissionais lidem com um maior número de assuntos no dia a dia e com que a carga horária de trabalho seja mais alta. Nesse cenário, há o surgimento de doenças antes pouco comuns, como Síndromes do Pânico e Transtornos Bipolares.

As áreas de Recursos Humanos podem contribuir para uma melhor qualidade de vida, por meio de uma coparticipação, como o subsídio de medicamento e programas de apoio ao tratamento de doenças crônicas. Diversos estudos apontam que o controle das doenças reduz o absenteísmo – faltas e atrasos – e o presenteísmo – o comparecimento do trabalhador na empresa sem o desempenho usual. O resultado é o aumento da produtividade, e também do engajamento dos colaboradores.

É preciso considerar que o afastamento do funcionário por algumas doenças também gera custos para os planos de saúde que, na verdade, acabam absorvendo boa parte desse risco. Mesmo assim, ainda são poucos os investimentos por parte deles na prevenção de doenças e promoção da saúde. Alguns planos já despertaram para o fato de que uma pessoa que tem uma doença crônica gera muito mais despesas quando não segue seu tratamento medicamentoso corretamente. Por isso, já existem iniciativas no sentido de adotar programas de Gestão de

Doenças Crônicas, que subsidiam o tratamento, oferecendo os medicamentos necessários para o controle da doença. Para dar uma ideia de quanto isso representa financeiramente, uma pesquisa da Unidas apontou em 2009 que o custo médio de internação hospitalar é de R$ 7.918,07, enquanto que com base no histórico da movimentação da Funcional o custo médio mensal dos medicamentos para tratamento de doenças cardiovasculares é de R$ 64,49.

Definitivamente, é desafiador lidar com o envelhecimento da carteira de clientes. No entanto, o caminho a ser seguido passa pela promoção da saúde na sociedade desde cedo para garantir uma velhice com mais qualidade de vida. As empresas precisam mudar o olhar sobre a gestão de saúde de seus colaboradores, percebendo que ações simples com foco em prevenção podem aumentar sua produtividade, diminuir custos e gerar engajamento.

Já os planos de saúde devem inovar, oferecendo cada vez mais acesso à prevenção e controle de doenças, além de gerir de forma integrada a saúde. Ao analisar caso a caso, fica evidente que proporcionando o acesso aos tratamentos medicamentosos, as pessoas com doenças crônicas envelhecem com qualidade de vida e de forma economicamente viável para todos os envolvidos.

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