Uma em cada três cidades do Estado de São Paulo corre mais riscos em relação à dengue agora do que em 2010 – nesses municípios houve um aumento no número de focos de reprodução do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. O dado leva em conta o índice de casas em que há larvas do mosquito.
Os dados do Liraa 2011 (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti), divulgados nesta segunda-feira (5) pelo Ministério da Saúde, mostram que em 20 das 60 cidades analisadas houve uma piora nos índices de infestação do inseto.
O pior quadro foi registrado em Catanduva, a 385 km da capital de São Paulo, em que o índice passou de 1,4% em 2010 para 4% agora, ou seja, a cada cem casas, em quatro há larvas do mosquito, o que indica que existe risco de surto da doença. No Estado, essa é a única cidade com risco de surto. Na capital, o índice é de 0,1%.
Em 32 dos municípios (53%), o índice melhorou, o que indica que há menos riscos de surtos da doença. Em oito (13%), a situação ficou igual ou não havia dados no ano passado, o que não permite fazer a comparação.
4,6 milhões de pessoas moram em cidades com risco de dengue.
Os dados do ministério mostram que, em todo país, 48 municípios estão em situação de risco para ocorrência de surto de dengue. Entre as cidades nessa situação, que abrigam 4,6 milhões de pessoas, estão três capitais: Cuiabá (MT), Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO).
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, é importante redobrar os cuidados nesse momento.
- Todo verão temos condições muito favoráveis para o mosquito. Precisamos agir agora para evitar que tenhamos surto grande no verão, já que as maiores transmissões são entre janeiro e maio, quando temos aumento da temperatura e da chuva também.
Os criadouros do mosquito são diferentes em cada região do país. No Norte e Sul, a maioria das larvas encontradas estavam em resíduos de lixo. Nos municípios do Norte 44% dos imóveis tinham larvas no lixo, por exemplo.
No Nordeste e Centro-Oeste, as larvas encontradas estavam principalmente em reservatórios de água. No caso dos municípios do Nordeste, mais de 72% dos casos estavam em caixas de água, tambores e poços ligados ao abastecimento.
No Sudeste o problema da dengue está principalmente em depósitos domiciliares, ou seja,vasos, pratos, bromélias, ralos, lajes e piscinas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o Liraa dá uma fotografia da situação da dengue no país, que pode mudar rapidamente, já que o mosquito tem uma alta capacidade de adaptação.
- O risco de ter epidemia é sempre uma combinação entre ter mosquito e ter pessoas suscetíveis para ter ou não a doença. O levantamento é importante nesse momento porque é um alerta para intensificar o cuidado. Para ajudar na mobilização da comunidade e resolver o problema onde está o foco do mosquito.