Acionistas da Hapvida (HAPV3) e da NotreDame Intermédica (GNDI3)
aprovaram a união das duas empresas. A operação deve resultar na
criação de uma das maiores provedoras de soluções de saúde
verticalizadas no mundo, ainda depende da aprovação do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).Segundo informações do site Seu dinheiro,
os dois grupos começaram a discutir uma união depois que a Hapvida
fez uma proposta de fusão com a rival para a combinação das bases
acionárias das duas companhias.
A
ideia era que os acionistas da Hapvida detivessem 53,1% da empresa
fruto da união, e os da Intermédica, 46,9%.No final de fevereiro,
elas chegaram a um acordo sobre os termos, que ficaram parecidos
com o que estava sendo negociado no começo.Cada acionista da Notre
Dame receberá 5,2490 ações ordinárias da Hapvida por papel da
empresa, além do valor de R$ 6,45, o que resultará na empresa
combinada em que acionistas da Hapvida passariam a deter 53,6% do
capital social enquanto os da Intermédica teriam 46,4%.Segundo a
notícia, Irlau Machado Filho, atual diretor-presidente da
NotreDame, e Jorge Pinheiro, diretor-presidente da Hapvida, atuarão
como co-CEOs na nova empresa combinada.
O
conselho de administração será ampliado para, no mínimo, nove
membros, sendo dois indicados pelo atual conselho da NotreDame,
cinco pela Hapvida (incluindo o presidente do colegiado) e dois
independentes.A nova operadora de saúde deverá contar com 84
hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico, além de 8,4
milhões de vidas em sua carteira de clientes – sendo 4,6 milhões
delas do segmento odontológico.
Mudanças no setor de saúde
Na
visão dos analistas, a Hapvida e a NotreDame Intermédica não devem
encontrar grandes dificuldades para a aprovação da operação no
Cade, com o ponto mais crítico sendo possivelmente Minas Gerais,
onde as companhias possuem cerca de 16% do mercado.Quando os termos
foram divulgados, analistas do BTG Pactual estimaram que a nova
empresa deve concentrar cerca de 18% da participação de mercado e
deve ter um custo total de R$ 116 milhões, valor insignificante
perto da sua avaliação de R$ 112 bilhões, com grande capacidade de
sinergia entre as empresas, o que deve impulsionar a venda de
planos individuais e de cobertura nacional – com a ampliação da
escala geográfica de atuação.
De
acordo com a matéria de Seu Dinheiro, Roberto Otero, do Bank of
America, as companhias têm potencial de atingir um valor de mercado
superior a R$ 120 bilhões após as devidas sinergias e crescimento,
mesmo que uma preocupação com a sinistralidade venha pesando sobre
os papéis desde dezembro de 2020.