Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras – CNSeg, fechados os números de 2020, a arrecadação global do setor de seguros cresceu 1,3%. A arrecadação total foi de R$ 273,7 bilhões (sem saúde e sem DPVAT). Retornaram para a sociedade mais de R$ 151 bilhões em sinistros, benefícios, sorteios e resgates, um avanço de 8,3% em relação ao montante observado em 2019. Nos treze estados da região sindical do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindsegnne), destacaram-se em crescimento os seguros de Grandes Riscos (57%), Patrimonial (17,2%), Responsabilidade Civil (17,1%), Rural (16,2%) e Vida (16,5%).
Os números são relevantes diante de uma crise sem precedentes trazida pela pandemia, demonstrando que o mercado segurador tem grande capacidade de adaptação e, principalmente, resiliência, com boas perspectivas para continuar prosperando em 2021. É o que aponta Rinaldo Lima, vice-presidente do Sindsegnne. Segundo executivo, a pandemia trouxe um senso maior de vulnerabilidade para a população, trazendo com ele a necessidade de buscar por proteções amplas e familiares. “O aumento da procura por Seguros de Vida e Residenciais comprova esse fato”, aponta.
Outra boa perspectiva para o setor diz respeito ao marco regulatório do saneamento, que prevê investimentos de R$700 bilhões até 2033 em obras estruturais e que trarão inúmeras oportunidades para o mercado de seguros, entre elas a previsão de geração de 700 mil empregos. O aumento da bancarização da população também traz impactos.
“Aproximadamente dez milhões de pessoas foram bancarizadas nessa pandemia, com espaço para mais”, explica Rinaldo, indicando que o setor de seguros colherá bons frutos dessa inclusão financeira, certamente na linha dos microsseguros, com espaço também para crescimento no produto de seguros para automóveis, já que menos de 30% da frota brasileira é segurada atualmente.
E atendendo à demanda pela desburocratização no segmento, a aprovação das Insurtechs pela Superintendência de Seguros Privados – Susep desponta como uma forte oportunidade, contribuindo para a elevação da participação do mercado segurador no PIB brasileiro. “As Insurtechs são startups voltadas ao mercado de seguros que, em geral, atuam na oferta de soluções de aprimoramento para a experiência dos clientes”, explica. Por fim, a tendência de simplificação, personalização e customização veio para ficar, e também desponta como uma oportunidade.
“O cliente quer uma experiência que traga soluções personalizadas, que seja simples, de fácil entendimento e com uma proposta de valor atrativa para sua realidade”, finaliza Rinaldo.