O que pode parecer ameaça é, na verdade, uma grande oportunidade, especialmente para os corretores de seguros. A afirmação foi feita pelo novo presidente da SulAmérica, Ricardo Bottas, ao comentar as inovações tecnológicas que vêm surgindo no mercado, incluindo as insurtechs e plataformas distintas, na edição desta quinta-feira (27) do programa “Mesa Redonda do Seguro”. Segundo ele, a pandemia acelerou o processo de inovação, criando as condições necessárias para que o mercado de seguros pudesse superar os obstáculos que surgiram. “Os desafios somente são ameaças se você não estiver preparado. Mas, temos trabalhado muito para enfrentar esses desafios. Quando começou a pandemia fomos para casa para ficar duas semanas e já ficamos 14 meses. Como seria se não tivéssemos a capacidade de nos adaptarmos rapidamente. E como o corretor faria os contatos com clientes? Mas, felizmente, tudo aconteceu de forma eficiente e produtiva”, acentuou Bottas, que foi entrevistado pelos jornalistas Kelly Lubiato (Revista Apólice); Boris Ber (Programa Seguro); Alexandre Lino (Seguro Notícias); Paulo Kato (Revista Cobertura); Luis Felipe Paradeda (Seguro Gaúcho); e Alícia Ribeiro (CQCS).
No programa, mediado por Gustavo Doria Filho, fundador do CQCS, e transmitido pelo canal da TV CQCS no Youtube, o presidente da SulAmérica salientou ainda que o papel do corretor foi mantido e até destacado, pois ficou mais claro que “ele é quem entende o produto e que molda o produto”.
Nesse contexto, o executivo elogiou a postura dos corretores que entenderam que não podem ficar para trás na digitalização. “A pandemia alavancou o desenvolvimento dessa parte”, frisou.
Ele ressaltou ainda que a atuação da SulAmérica tem como base o conceito da saúde integral, considerando os aspectos físicos, mentais e financeiros do cliente, que se entrelaçam. “Estamos focados na proteção de pessoas, para a sua saúde física e a saúde financeira. Seguro não é despesa, é investimento. Entendemos que o investimento em previdência ou fundo financeiro deve ser tratado como item do orçamento, pois isso pode interferir no conforto emocional e na saúde mental e emocional da pessoa, afetando o físico. Então, tendo o cliente no centro disso tudo, podemos desenvolver produtos e soluções de serviços adequados. E o corretor é nosso grande parceiro no processo”, afirmou Bottas.
Sobre os resultados registrados durante a pandemia, ele lembrou que o grupo enfrentou dois grandes desafios simultaneamente, a pandemia e a reestruturação da área comercial, com a venda de parte da carteira para a Allianz.
Nesse cenário, a empresa contabilizou no primeiro trimestre deste ano um impacto de R$ 415 milhões como consequência da segunda onda da pandemia, sendo R$ 380 milhões relacionados a despesas assistenciais para atender segurados e R$ 30 milhões de indenizações no seguro de vida. “Não adotamos nenhum tipo de restrição de cobertura”, destacou.
Para assegurar pleno e qualificado atendimento aos segurados, a SulAmérica investe forte em tecnologia. Especialmente na telemedicina, responsável por boa parte dos atendimentos realizados.
Em termos de produto, o destaque é a linha “Direta” com planos de saúde regionais, preços mais competitivos e parcerias com redes locais de prestadores de serviços. Esse segmento já conta com mais de 26 mil clientes apenas nas grandes cidades. “Essa linha foi lançada em agosto de 2019 e segue um modelo 100% baseado na gestão de saúde. Estamos ouvindo os corretores para entendermos a percepção do cliente. E adotamos algumas sugestões como o atendimento emergencial nacional para produto regional e o número mínimo de vidas cobertas em planos de empresas”, apontou o presidente da SulAmérica.
Por sua vez, Gustavo Doria comentou que o cenário criado pela pandemia mudou o mercado, provocando, por exemplo, novo apelo para o seguro de vida e atraindo a atenção de outros segmentos para o potencial do setor. “As companhias de finanças querem atingir o segurado usando o corretor de seguros como plataforma para isso”, observou.