O incêndio que destruiu parte de um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina (Zona Oeste de São Paulo) quinta-feira passada (29) teria cobertura do seguro para os diferentes danos causados. Segundo o consultor Sergio Ricardo, os danos no prédio poderiam ter coberturas no seguro tradicional de incêndio. Já eventuais estragos no conteúdo provavelmente não terão a recomposição integral. “São obras de arte, que devem contar com um seguro específico, não de incêndio, para cobrir a recomposição do acervo”, afirma o consultor, em entrevista ao CQCS.
Ele acrescenta que, em casos assim, o acervo deve ser catalogado para que possa ser coberto pelo seguro de RD Artes (riscos diversos), o mais apropriado para a proteção de um museu. “Nesse seguro, todas as peças catalogadas são submetidas ao escrutínio do segurador especializado em seguros de artes o RD Artes”, observa.
Sergio Ricardo diz ainda que, nesse tipo de risco, a inspeção da seguradora pode contribuir muito, indicando “onde estão os problemas”. Ele lembra que o Ministério Público fez um trabalho semelhante, indicando todos os riscos e sugerindo as providências que deveriam ser tomadas para minimizar eventuais danos. Mas, parece que nada foi feito”, lamentou.
Segundo informações prestadas pelos bombeiros para a imprensa, o fogo começou quando uma empresa terceirizada fazia manutenção do ar condicionado. Não houve vítimas.
No local, há um conjunto de galpões, de cerca de 6.356 m² de área construída, onde parte do acervo da Cinemateca Brasileira é guardada.
Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) informou que os prejuízos ainda estão sendo avaliados. Ainda de acordo com o MPF, estão sendo priorizados o salvamento do material restante e a prevenção de nova tragédia, para só depois ser implantada uma nova entidade gestora para a Cinemateca e apuração das responsabilidades individuais.