O seguro de vida feito pelos pais com crianças pequenas é um ato importante para a segurança imediata e o futuro da família, aconselha planejadora financeira
Leitor pergunta: “Tenho 35 anos e dois filhos menores, de cinco e dois anos. Que tipo de cobertura devo buscar ao contratar um seguro de vida para protegê-los?”
Tatiana Felix, CFP, responde:
O seguro de vida feito pelos pais com crianças pequenas é um ato importante para a segurança imediata e o futuro da família, para o caso de uma partida inesperada ou de uma perda de renda por motivo de doença ou acidente.
Existem um ciclo de vida natural e um tempo médio de vida, com base em estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicam que a expectativa de vida nos distritos brasileiros é de 76,8 anos em 2020. Mas existe a chance de se falecer mais jovem, não seguindo as estatísticas. É claro que a probabilidade de isso ocorrer está atrelada também ao estilo de vida, ao histórico familiar, entre outros fatores.
Portanto, ao mesmo tempo que o seguro de vida é uma proteção para as crianças, é uma tranquilidade para os pais quando pensam sobre essa possibilidade.
Atualmente, a indústria de seguros oferece diversos tipos de proteção no produto seguro de vida para situações tais como morte natural ou acidental, invalidez permanente ou total por acidente, auxílio-funeral, incapacidade temporária, doenças graves etc.
É normal que tantas opções de coberturas gerem dúvidas quanto à real necessidade de cada uma delas. Por isso, antes de contratar um seguro de vida, é crucial que três perguntas-chave sejam respondidas: Quais coberturas devem ser contratadas? Qual o valor a ser contratado? Quanto tempo deve ser considerado?
Para isso, é importante que se faça uma análise a respeito da sua condição financeira e do contexto de vida a fim de compreender as necessidades de proteção.
Quando se analisa a condição financeira, é importante avaliá-la de forma ampla, considerando, em caso de algum evento, os recursos que serão necessários para despesas imediatas (funeral, por exemplo), despesas de curto prazo (primeiros meses após o evento), despesas com inventário, se houver bens, e até um fluxo de renda de médio e longo prazo para que os filhos sejam capazes de gerar sua própria renda.
A partir da análise financeira, será possível responder as questões sobre o valor a ser contratado e o tempo a ser considerado.
Por outro lado, o entendimento do contexto de vida é necessário para o esclarecimento das coberturas a serem contratadas. Aqui existem exemplos que podem ser citados: Você é a única pessoa provedora da família? Qual seu estado civil? Seus filhos ficarão amparados pelo seu cônjuge? Possui parentes que podem ajudar os seus filhos se necessário? Em caso de invalidez, como arcará com as contas? Você possui uma profissão em que depende especificamente de um órgão ou de um membro do corpo para desenvolver suas atividades? Possui plano de saúde?
Também é importante considerar a sua reserva financeira atual, se houver, e ainda que ao longo do tempo existe a possibilidade de construir um patrimônio de ativos que vai gerar renda futura aos seus filhos, sendo possível assim reduzir ou optar por não mais contratar o seguro de vida, pois eles estarão protegidos pelo fluxo de renda do patrimônio construído.
Enfim, a contratação de qualquer seguro, não apenas do seguro de vida, deve sempre ser feita com base no seu planejamento financeiro, considerando aspectos financeiros e seu contexto de vida. Procure sempre diversificar as maneiras de proteger as suas conquistas e prevenir riscos sobre os bens que merecem proteção com seguros.
Tatiana Felix Bauab é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro E-mail: [email protected]