Contrato com empresa responsável pelos profissionais não foi renovado.Dos 14 médicos necessários, apenas três continuam os atendimentos.
A falta de médicos no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tem prejudicado os atendimentos na cidade. Para atender a demanda, são necessários 14 profissionais médicos, no entanto, apenas três continuam no posto desde o último 7 de dezembro.Sem profissionais, houve redução no número de dias de atendimento. Segundo o coordenador da unidade, Rodrigo Macarielli Correa, os serviços são prestados durante três dias da semana.Correa explica que a unidade presta serviços para 15 cidades da região.
O coordenador afirma ainda que unidade móvel de terapia intensiva não está nas ruas devido à falta desses profissionais. Em cada turno, há um médico disponível, mas ele fica em serviço interno, auxiliando os pacientes nas chamadas telefônicas. “Não estamos conseguindo manter o atendimento mínimo necessário para que o Samu funcione todos os dias. Dessa demanda de 14 médicos, a prefeitura é responsável por 11 deles. Desses 11 médicos de responsabilidade da prefeitura, nós temos três contratado na unidade”, explica.O coordenador ainda explica que as vagas eram ocupadas por médicos contratos por uma empresa, ao Instituto Hygia Saúde e
Desenvolvimento Social, entidade responsável pela administração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas com o fim do contrato, não houve renovação e os profissionais foram dispensados. Segundo o secretário municipal de saúde de Avaré, Aldrio Moura Leite, o contrato não foi renovado porque a expectativa era de que os profissionais que passaram em concurso público assumissem os cargos no início de dezembro. “Infelizmente só conseguiremos colocar esses profissionais no cargo a partir de janeiro. O contrato acabou e a gente está tentando solicitar que a empresa prorrogue até pelo menos 31 de dezembro os serviços. Já em janeiro serão chamados os médicos que foram aprovados no concurso”, ressalta Leite.
Investigação
A falta de médicos que prejudica o atendimento do Samu na região de Avaré é apenas um dos problemas da unidade. O local também é alvo de investigações do Ministério Público devido a possíveis irregularidades no registro de presença dos médicos. Segundo a Procuradora Geral do município, no mês de setembro as assinaturas são do coordenador regional do Samu.Rodrigo Macarielli admite que preencheu o livro no lugar dos médicos plantonistas que teriam esquecido de confirmar a presença deles no serviço. “Fiz uma declaração de próprio punho alegando o porquê do visto. Não é uma falsificação de assinatura, tanto que a assinatura como coordenador e a vistada são as mesmas. A assinatura foi feita para comprovar que os dois médicos que, nesse caso específico de setembro, tinham comparecido ao plantão, mas não assinado o livro. Foi meramente uma falha administrativa. Isso ocorre corriqueiramente e já aconteceu em outros meses. O fato do livro ponto não estar no local correto ou o fato de um médico esquecer de assinar o livro de ponto, não necessariamente quer dizer que ele não tenha trabalhado”, explica.O caso também é apurado pela Procuradoria Municipal, investigação que, segundo o secretário da saúde, impede que ele faça o pagamento do mês de setembro à empresa responsável pelos médicos.A prefeitura de Avaré (SP) bloqueou os pagamentos feitos ao Instituto Hygia Saúde e Desenvolvimento Social. A empresa informou que não renovou o contrato com Avaré devido à falta de pagamento.