Ações conseguidas na Justiça estão sendo descumpridas.Prefeitura informou que distribuição será normalizada em breve.
É um dever do poder público cuidar da saúde da população e um direito do cidadão, que isso seja cumprido. Em São José do Rio Preto (SP), a falta de remédios tem provocado transtornos a pacientes que estão em tratamento. A prefeitura tem descumprido inclusive, ações conseguidas na Justiça, que obrigam a distribuição de alguns medicamentos.O açougueiro João Batista da Silva conseguiu o direito de receber de graça do Estado o medicamento para a filha de 8 anos que tem paralisia cerebral. Mas há três meses, a ordem não é cumprida pelo poder público. Para a filha não sofrer os efeitos da má administração pública da cidade, o pai está tendo que comprar os remédios, que são caros. "Se é lei, acho que eles deveriam cumprir com a responsabilidade deles", disse Silva.
Também é o caso do agente penitenciário Luiz Carlos Bardari. Afastado do trabalho há dois anos por causa da saúde debilitada, ele tem enfisema pulmonar e problemas de circulação sanguínea. Este mês, tentou retirar um dos remédios para o coração, que também é fornecido pelo SUS, mas voltou para casa com a cartela vazia. “A falta de remédios é sistemática. Quando acontece, um dos remédios é essencial. Por causa disso, estou com formigamento nos dedos. Obras que todo mundo passa e vê, acha lindo o rio... mas onde vou caminhar? Adianta ter uma passarela linda e não ter saúde para caminhar? Eu tenho medo de enfartar”, reclamou Bardari.
Grande parte dos medicamentos é retirada no Pronto Socorro Central. O Tem Notícias esteve no local e constatou que, além de muita fila, muitas pessoas ficam se receber todos os remédios que precisam. A prefeitura informou, em nota, que a distribuição dos remédios vai ser normalizada em breve, mas não de prazo para isso acontecer.
A assessoria disse ainda que, no momento, os remédios faltantes podem ser encontrados na Farmácia Popular na rodoviária de Rio Preto, com a apresentação da receita médica.