Médicos em cargos de liderança estão cientes das avaliações
médicas on-line e estão interessados no que os pacientes têm a
dizer sobre eles, segundo uma pesquisa recente feita pela American
College of Physician Executives (ACPE). Além disso, a maioria dos
questionados concorda que estas avaliações se tornarão mais
importantes na Era do reembolso com base no valor.
Apenas 12% dos entrevistados disseram que esses sites de
avaliação usados por consumidores são úteis e devem se tornar mais
disponíveis. Vinte e seis por cento disseram que era um obstáculo e
não tinham o benefício, e 29% afirmaram que os sites não eram muito
usados por pacientes e não afetava suas organizações.
Cerca de 55% dos médicos acreditam que 25% ou menos de seus
pacientes já usaram um site de avaliação, e 35% dos questionados
estimam que entre 25% e 50% dos pacientes visitam os sites
citados.
Segundo uma pesquisa recente da Pew Internet , apenas 20% dos
usuários da internet – um subconjunto de todos os consumidores e,
portanto, dos pacientes – haviam consultado resenhas on-line de
tratamentos médicos ou remédios, médicos, hospitais ou outro
provedores. Apenas de 3% a 4% dos usuários da internet postaram
resenhas de serviços de saúde ou provedores.
A pequena amostra é uma das razões pelas quais os médicos não
acreditam nas avaliações on-line dos consumidores, afirmou Seth
Glickman, médico e professor assistente de medicina na University
of North Carolina em Chapel Hill, durante uma entrevista com o
Information Week Healthcare. Glickman, um especialista em pesquisas
de experiência de pacientes, apontou que os médicos também estão
preocupados sobre a possibilidade de que os competidores talvez
coloquem resenhas negativas ao seu respeito. E há a preocupação
sobre como os sites estão medindo o que deixa o paciente feliz ou o
que representa um bom cuidado clínico.
“Por exemplo, dar ao paciente uma prescrição de antibiótico para
gripe não é medicina bem aplicada, mas há evidência mostrando que
quando pacientes recebem essa receita, sentem que receberam um
melhor cuidado”.
Algumas dessas avaliações são feitas por classificações externas
que são mais cientificamente válidas, como as da Press Ganey, a
National Committee on Quality Assurance, a Joint Commission e
alguns planos de saúde. A pesquisa do ACPE descobriu que 29% dos
questionados acham essas avaliações mais úteis, enquanto 14% acham
um problema e uma perda de tempo. Quarenta e um por cento têm uma
opinião neutra sobre esses relatórios.
Por outro lado, 75% dos questionados disseram que suas empresas
classificam a qualidade dos médicos internamente e 71% dos
coordenadores médicos disseram que essas avaliações são úteis e que
eles dão suporte ao seu uso.
Apesar da rejeição esmagadora da avaliação on-line de médicos
pelos consumidores, dois terços dos questionados disseram que
visualizam sua classificação em sites como o Healthgrades, Vitals e
Antie’s List. Desses, 39% concordaram com as avaliações e 42%
concordaram parcialmente. Apenas 19% disseram que as resenhas
estavam completamente erradas.
Isso não surpreendeu Glickman. “Muitos de nós sabemos o que
fazemos bem e onde precisamos melhorar. Quando se tem um
instrumento de pesquisa bem projetado e se consegue um grande
feedback de um grande número de pacientes, é possível ver tudo isso
emergir. É um bom sinal que os médicos pelo menos abrem-se para a
possibilidade do que a informação pode fornecer e usá-la como
plataforma para descobrir um meio de melhorar a entrega do
cuidado”.
Quanto mais consumidores escreverem e lerem resenhas de médicos
nesses sites, diz o executivo, os médicos começarão a levar mais a
sério. “Quanto mais informação estiver disponível para o domínio
público, mais médicos terão para analisar a informação e para
acreditar que elas são válidas, com base em grandes amostras”.
Glickman finaliza dizendo que, enquanto isso, os médicos devem
ter em mente quais são as áreas de cuidado da saúde (como
engajamento do paciente e comunicação médico/ paciente) onde as
avaliações do consumidor podem ajudar. “Há boas evidência de que
quando melhoramos nessas áreas, entregamos mais qualidade no
cuidado e com custo mais baixo. Os pacientes podem fornecer
feedback valioso, que levam ao cuidado com mais qualidade”.
Das 730 lideranças médicas que participaram da pesquisa da ACPE,
31% trabalhavam para sistemas de saúde, 24% para hospitais, 20%
para grupos clínicos e 9% para centros acadêmicos de saúde. Onze
por cento trabalhavam em clínicas privadas.