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Importância da cirurgia bariátrica nos planos de saúde

Fonte: Monitor Mercantil Data: 01 fevereiro 2013 Nenhum comentário

Gastos triplicam com internações de obesos

Ajuda no tratamento da diabetes, doença que atinge 12 milhões brasileiros

O Brasil nos últimos anos vem avançando muito no respeito aos direitos adquiridos por aqueles que contratam planos e seguros de saúde. Segundo o médico Fábio Viegas, presidente do Instituto Fábio Viegas - Cirurgia do Aparelho Digestivo e Obesidade, "desde que começamos a fazer cirurgia bariátrica, nos idos dos anos 90, assistimos progressivamente, um entendimento, por parte das fontes pagadoras, da necessidade de fazer o tratamento cirúrgico para pacientes com reconhecida obesidade mórbida e ou obesidade grave com associação de doenças."

O cirurgião bariátrico lembra que as fontes pagadoras gastam três vezes mais em internações com pacientes obesos quando comparados a pacientes com peso dentro da normalidade. "Isso, obviamente, foi um fator importante na trajetória desta conquista por parte da população. Infelizmente nem sempre foi assim, os planos e seguros de saúde, as secretarias de saúde dos três níveis hierárquicos e a própria sociedade não estavam preparadas para a epidemia que estamos assistindo", acrescenta.

Critérios mínimos

Viegas ressalta que no inicio, os pacientes e profissionais encontraram muita dificuldade neste convencimento e isso só foi de fato viabilizado a partir do momento em que o Ministério da Saúde criou e estabeleceu os critérios mínimos para a realização deste procedimento. "Infelizmente esses critérios já se encontram defasados.", reclama.
Após lembrar que muito se evoluiu nos 15 anos, reconhece que "sem parâmetros estabelecidos na época, seguimos a única diretriz existente e que estabelecia os critérios de indicação de cirurgia bariátrica. Esses critérios, no caso em questão, seguiam os parâmetros raciais norte-americanos, muito diferentes dos parâmetros brasileiros."

Peso, altura e massa

Essa relação de peso, altura e índice de massa, se seguido ao pé da letra, não encontraria candidatos à cirurgia no Japão ou na Índia. "E o que falar do Brasil?", indaga, por entender que "a incidência de doenças associadas em pacientes obesos moderados é tão grande ou maior quando comparados a obesos mórbidos norte americanos.".

Para Viegas não houve, portanto, uma evolução da legislação a ser seguida nas indicações da cirurgia em nosso país. "Sendo assim, as fontes pagadoras resguardam-se a seguir e a pagar o tratamento de uma pequena parcela da população que entram nas especificações preconizadas pela agencia nacional de saúde. O problema é que estamos apenas arranhando a parcela da população que teria indicação de tratamento cirúrgico. Na carona da obesidade, assistimos novamente o nascimento de um novo jogador neste campeonato", ressalta.

Redução de até 80% em remédios para diabetes

Os médicos não costumam usar a palavra cura, mas pesquisas nacionais e internacionais mostram que a cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução do estômago, elimina a necessidade de medicação para o controle do diabetes em mais de 80% dos casos. Com o "desaparecimento" da doença, o paciente tem menos chances de apresentar problemas cardiovasculares e outras comorbidades associadas, como hipertensão e apnéia do sono.
O cirurgião bariátrico Fábio Viegas lembra que o diabetes - doença que atinge 12 milhões da população brasileira - é a causa mais comum de cegueira, amputação de membros inferiores, doença renal com necessidade de hemodiálise e impotência sexual, por isso precisa ser tratado de forma efetiva. "A cirurgia surge como mais uma alternativa terapêutica e pode ser indicada quando o tratamento convencional não surte efeito", ressalta.

Atualmente, o diabetes tipo 2 - que representa 90% de todos os casos da doença no país - é tratado com alimentação balanceada, prática regular de atividade física e administração de medicamentos orais ou insulina. Segundo Fabio Viegas, o problema é que mudar o hábito é uma tarefa muito difícil e como a doença não causa dor, não incomoda, com isso paciente costuma negligenciar o tratamento, causando prejuízos graves para a saúde e para o bolso.
Sobrepeso ou obesidade leve

No Brasil, a cirurgia bariátrica é aprovada para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) a partir de 35 kg/m² com doenças associadas ou acima de 40 kg/m² sem a presença de outras patologias. Para Fábio Viegas o IMC deve ser mais um parâmetro de indicação para a cirurgia, mas não o único.
O critério mais importante deve ser a avaliação clínica. Segundo Dr. Viegas, que tem mais de 20 anos de experiência em cirurgia geral e bariátrica e que foi um dos percursores da técnica no Brasil e no Rio de Janeiro, a cirurgia de metabólica vem para ocupar uma lacuna que a endocrinologia não possui.

Fabio Viegas é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, faz parte da Comissão de Centros de Excelência da Sociedade e vem observando os resultados da maior pesquisa de longo prazo já realizada no mundo sobre os efeitos da cirurgia bariátrica em diabéticos com IMC entre 30 e 35 kg/m²e.
"A pesquisa da SBCBM constatou que dos 66 pacientes submetidos à operação, 88% se "curou" do diabetes. No restante, houve redução gradativa das dosagens dos medicamentos. O estudo também confirmou que tratar o diabetes é prevenir morte por doenças cardiovasculares", afirma o médico. A pesquisa brasileira foi publicada em 2012 na revista Diabetes Care, renomada publicação da Associação Americana de Diabetes (ADA).

Tipo 2

Estudos recentes mostram que 98% dos pacientes obesos operados curaram seu diabetes mellitus em até três meses. Para estar diabético não e necessário estar obeso, portanto estima-se que existam muito mais diabéticos do que obesos. Os trabalhos científicos vem mostrando a cada dia os resultados benéficos da cirurgia em diabéticos tipo 2 , magros e ou com obesidade leve. "É inevitável à curto prazo que esses pacientes passem a reivindicar os direitos de serem tratados com essa nova tecnologia e conhecimento", comenta o presidente do Instituto Fábio Viegas - Cirurgia do Aparelho Digestivo e Obesidade,

"Propositadamente ou não assistimos a uma tentativa de desconsiderar toda e qualquer evidência científica das vantagens da cirurgia no tratamento do diabético. O atraso em liberar para a prática clinica e portanto tornar acessível ao paciente diabético a cirurgia, parecem fazer parte de um grande lobby, tentativa desesperada de diminuir o impacto desta conta nas empresas", complementa.

"Aguardamos ansiosamente por parte do Ministério da Saúde o estabelecimento de novos paradigmas nas indicações da cirurgia bariátrica e a permissão para pratica clinica nos seus estabelecimentos da cirurgia do diabetes, fato cientifico irreversível e que vai beneficiar milhões de brasileiros. Afinal de contas, perdoem- me o trocadilho, o diabetes não tratado fica mais caro", conclui.

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Por Assessoria de Imprensa do Portal Multicalculo, a melhor ferramenta de aux�lio a vendas de planos de sa�de e odontol�gicos da internet. Contato com o autor para mais informa��es: [email protected]

 

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