O governo negocia com os planos de saúde um pacote de medidas de
estímulo ao setor em troca de garantias de melhoras no
atendimento.
O pacote ainda não está fechado, mas o Executivo analisa pedidos
do setor por redução de impostos, maior financiamento para melhoria
da infraestrutura hospitalar e a solução da dívida das Santas
Casas.
Em troca, o governo quer exigir uma série de garantias para o
usuário. O objetivo é facilitar o acesso de pessoas a planos de
saúde privados, com uma eventual redução de preços, além da
ampliação da rede credenciada. Outro ponto é forçar o setor a
elevar o padrão de atendimento.
O plano foi discutido ontem durante reunião de seguradoras e
administradoras com a presidente Dilma. A proposta está em
elaboração desde o início do ano. Reunião semelhante ocorreu no
início do mês, mas o tema não constava da agenda oficial.
Pouco mais de 25% da população brasileira faz uso de planos de
saúde. Em setembro de 2012, o número de beneficiários chegou a 48,6
milhões, segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar).
No último ano, o governo centrou atenção no cumprimento dos
prazos para o atendimento do usuário do plano de saúde. Desde 2011,
uma norma da ANS estabelece prazos limites para esse atendimento
--por exemplo, sete dias para a realização de uma consulta
básica.
Desde então, foram feitas três rodadas de suspensões de venda dos
planos de saúde com os piores índices de descumprimento dos
prazos.
Apesar das sanções, muitas operadoras reincidiram no problema, o
que fez o Ministério da Saúde anunciar novas sanções.
SEM DATA
O pacote ainda não tem data prevista de lançamento, mas já é
visto por integrantes do governo como uma potencial marca do
Executivo na saúde, uma das áreas mais criticadas pela
população.
A avaliação é que as medidas têm apelo tanto para a classe média
tradicional como para a emergente.
As negociações estão sendo tocadas pela própria presidente da
República. No encontro de ontem, participaram cinco ministros de
Estado, integrantes da área econômica, além de representantes do
Bradesco, Qualicorp e Amil.