Açúcar, gordura e lactose. É o que vem à cabeça de muitas
pessoas quando se fala em chocolate. Mas a nutricionista Lara
Natacci, do programa Meu Prato Saudável, parceria do Instituto do
Coração (InCor) e do Hospital das Clínicas da FMUSP com a LatinMed
Editora em Saúde, faz uma defesa do "alimento proibido".
Segundo ela, se bem escolhido, o chocolate pode trazer
benefícios à saúde. A nutricionista lembra que alguns tipos de
chocolates são ricos em antioxidantes, substâncias que ajudam a
evitar o acúmulo de metais tóxicos no organismo e melhorar a
circulação.
Mas antes de sair comendo chocolate durante a Páscoa é preciso
conhecer quais são os tipos benéficos e evitar exageros. O
chocolate que contém pelo menos 70% de cacau, por exemplo, é mais
recomendado do que outros tipos, uma vez que o cacau é a fruta que
mais contém as substâncias antioxidantes.
"Uma porção de cerca de 30g, correspondente a uma barra pequena
do chocolate com 70% de cacau, tem o conteúdo de substâncias
antioxidantes equivalente a uma maçã ou a uma taça de vinho tinto",
afima Lara.
Para demonstrar a diferença entre este tipo de chocolate e os
campeões de vendas dos supermercados, a nutricionista elaborou um
comparativo entre substâncias com ação antioxidante presentes no
chocolate com 70% de cacau, o ao leite, o branco e até mesmo o
achocolatado
Outras substâncias com efeitos benéficos presentes no chocolate,
segundo a nutricionista, são as aminas biogênicas (que modulam o
humor, melhorando a sensação de bem estar e felicidade), as
metilxantinas, cafeína e teobromina (substâncias estimulantes),
anadamina (provoca efeito de euforia), magnésio (ajuda a melhorar o
ânimo, pois regula as concentrações de dopamina no cérebro),
carboidratos (aumentam a formação da serotonina, substância que dá
sensação de bem estar) e os lipídeos (aumentam a saciedade).
Os piores tipos a serem consumidos são os ao leite e o branco,
pois são ricos em gorduras e açúcar, e os que contêm maior
quantidade de gordura trans.
Para os chocólatras que não querem sofrer as consequências
negativas na balança, a dica é não exagerar. "O consumo diário deve
ser entre 10 e 20g", explica a nutricionista do Meu Prato Saudável.
Ela alerta que esta quantidade pode variar conforme características
orgânicas individuais, além de sexo, idade e atividade física.
A nutricionista alerta que, mesmo no caso do chocolate diet, sem
açúcar, para diabéticos, o consumo deve ser ocasional e em pouca
quantidade, uma vez que este tipo de chocolate tem alto teor de
gordura.
"O recomendado, no geral, é ingerir no máximo entre 20 e 30 g,
três vezes por semana, mas aqui também é necessário avaliar cada
caso individualmente, por depender de condições orgânicas
individuais, estágio da doença, tratamento, atividade física, sexo
e idade", complementa.
Já para quem tem intolerância à lactose, Lara alerta para que
sempre se observe a composição do produto, bem como verificar o
grau da intolerância. "Algumas pessoas toleram quantidades
pequenas. Os chocolates meio amargos têm pouca lactose, alguns
apenas traços da substância. Outros são isentos", conta.
Outra opção é o chocolate de alfarroba, que tem um sabor
semelhante ao meio-amargo, ou o chocolate de soja.