Banco já conversou com 14 operadoras e procura negócio com abrangência nacional
O Banco do Brasil (BB) se prepara para dar um dos últimos passos na reestruturação de sua área de seguros. O alvo agora é o setor de saúde dental, considerado de menor risco do que o segmento de planos de saúde tradicionais. A instituição já conversou com14 empresas que atuam na área e selecionou três.
O banco conversa com esse último grupo para decidir com qual empresa fechará a parceria, segundo relatou ao Brasil Econômico um dos executivos envolvido nas negociações.
A tendência é que a parceria siga o modelo daquelas que o banco já fechou na área de seguros.
Dessa forma, o BB teria uma participação relevante e a empresa parceira não poderá concorrer de forma indireta com o banco ou ter outras parcerias concorrentes. Além disso, é necessário que a empresa de saúde dental tenha uma abrangência nacional.
Foi no segundo semestre de 2008 que o BB deu início à reestruturação da área de seguros, sendo que o principal objetivo é elevar a contribuição desse setor no resultado total do banco, passando dos atuais 13% do lucro recorrente para 24% até o final de 2012. Os principais movimentos dessa estratégia foram a criação de uma joint venture coma Mapfre e o fim da parceria com a SulAmérica. Na ocasião da venda da fatia na BrasilSaúde para a SulAmérica, o banco afirmou que não tinha interesse em atuar na área de seguros de saúde,mas que planejava trabalhar com planos odontológicos.
Consolidação Na avaliação de analistas que acompanham o setor, há espaço para novas consolidações. Isso porque, embora tenha ocorrido um grande movimento no ano passado, que foi a associação entre OdontoPrev e Bradesco Dental, há um grande número de empresas do segmento no Brasil. "Sãomais de 400 empresas em atuação. Há um grande espaço para consolidação", avalia o analista da corretora Fator, IagoWhately.
A questão regulatória tambémcontribui para omovimento de consolidação. Desde junho deste ano, estão em vigor os novos procedimentos da área de saúde, que elevaram o número de serviços que os planos odontológicos devem oferecer. Ao ser obrigada a oferecer tratamentos mais complexos, algumas operadoras vão precisar de mais capital ou parceiros para cumprirem as exigências e se manterem rentáveis.
Além da pulverização e dos novos procedimentos, Whately lembra que o segmento possui uma rentabilidade superior ao da área de saúde, atraindo novos entrantes. É também uma área de menor risco. O analista lembrou que ao trabalhar com os planos de saúde tradicionais, a operadora está sujeita a um número elevado de tratamentos que o beneficiário pode se sujeitar, incluindo procedimentos caros e permanentes. Já na área odontológica, é raro que isso aconteça.
Já para Marco Aurélio Barbosa, da Coinvalores, as perspectivas são positivas para o setor.
Um das razões é que esse produto tem uma abrangência menor na população, 13,5 milhões de beneficiários ante mais de 43 milhões dos planos de saúde. A baixa mensalidade dos planos odontológicos também contribui para o seu crescimento. "Os planos podem ser facilmente vendidos nas agências bancárias ou nas parceiras com redes de varejo", avalia.
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