As pessoas com deficiência passarão a ter acesso, a partir desta
terça-feira (7), a novos serviços e equipamentos no Sistema Único
de Saúde (SUS). O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou
hoje, durante evento na Unidade Mista de Saúde de Taguatinga (DF),
uma série de ações que terão aporte de R$ 205,2 milhões e vão
beneficiar 944 mil pessoas por ano. Serão inaugurados 29 Centros
Especializados de Reabilitação (CER) com transporte gratuito em 19
municípios de 18 estados, 18 oficinas de órteses e próteses, além
da incorporação de seis novos modelos de cadeiras de rodas e o
sistema FM, acessório para aparelhos auditivos.
Além disso, sete estados brasileiros passarão a ofertar, pelo
SUS, mais exames do teste do pezinho que diagnostica doenças no
recém-nascido. O Ministério da Saúde também vai liberar recursos
para qualificar o atendimento a pessoas com deficiência em 47
Centros de Especialidade Odontológica (CEO) do país, aumentando em
50% o valor para que os profissionais sejam capacitados para usar
técnicas especializadas para tratamento desse público. Cada centro
terá uma cadeira de rodas 40 horas por semana para atendimento.
Mais de 200 CEOs já foram qualificados.
Essas são as primeiras medidas do programa Viver Sem Limite,
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, lançado pela
Presidenta da República, Dilma Rousseff, em 2012. Os novos serviços
e equipamentos estão voltados à inclusão social dos brasileiros com
deficiência, garantindo autonomia e independência a esse público e
possibilitando melhor qualidade de vida.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que “o Sistema
único de Saúde está se organizando para que as pessoas com
deficiência não tenham limitações. Quem impõe limites a esses
brasileiros é a sociedade que não se organiza”, disse,
acrescentando que /quando o governo federal lançou o programa Viver
Sem Limite inaugurou um novo padrão de atendimento para essa grande
população brasileira”, completou.
Padilha disse ainda que a “a presidenta Dilma Rousseff, ao
lançar o Viver Sem Limites obrigou os centros de saúde a se
organizar para atender esses cidadãos para que possam viver
plenamente, sem limites, com qualidade de vida e autonomia”,
concluiu.
CENTROS ESPECIALIZADOS – Os CER são serviços de qualidade
assistencial em reabilitação que atendem pessoas com deficiência
física, visual, auditiva e intelectual, conforme o número de
modalidades habilitadas. Os CER II abarcam duas modalidades de
deficiência, o CER III, três modalidades e o CER IV, as quatro
modalidades. A Unidade Mista de Saúde de Taguatinga, onde ocorre o
evento nesta terça, será habilitada como CER II – para pessoas com
deficiência física e intelectual. Os CER receberão 20 microônibus
adaptados para o transporte das pessoas com deficiência que não
apresentam condições de mobilidade e acessibilidade autônoma aos
meios de transporte convencional ou que manifestem grandes
restrições ao acesso e uso de equipamentos urbanos até os serviços
de saúde. Os automóveis serão doados pelo Governo Federal aos
estados e municípios. Também está prevista, até o fim de 2014, a
entrega de outras 88 vans. As oficinas ortopédicas, que serão
inauguradas em Uberlândia (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE),
Teresina (PI) e Goiânia (GO), vão confeccionar órteses sob medida e
fazer ajustes das próteses para cada usuário.
Atualmente, as unidades de reabilitação da Rede de Cuidados à
Saúde da Pessoa com Deficiência do SUS recebem recursos do
Ministério da Saúde por produção. Além disso, essas unidades não
ofertam serviços de reabilitação integrados, geralmente abarcam
apenas uma modalidade. Com a nova política, os Centros serão
custeados pelo ministério mensalmente, o que dará sustentabilidade
para os serviços, que também deverão ser ofertados integrando todas
as modalidades. Além dos Centros que estão sendo habilitados hoje,
22 CER estão em construção e 13 convênios para qualificar como CER.
O Brasil já conta com 60 oficinas de órteses e próteses.
CADEIRAS DE RODAS – Mais seis tipos de cadeiras de rodas serão
incorporadas no Sistema Único de Saúde (SUS), além das que já
existem – adulto e infantil – e cadeira de rodas para tetraplégico
manual, que continuarão a ser ofertadas na rede pública de saúde.
Com as novas incorporações, o SUS passa a ofertar, dentro de seis
meses, a cadeira motorizada, equipada com motor elétrico, que pode
ser movida por controle remoto, pelo queixo ou boca. Também
ofertará a cadeira monobloco, leve e portátil, que possui mecânica
favorável à propulsão e manobras em terrenos acidentados.
Haverá a incorporação de cadeira de rodas para pessoas acima de
90 quilos, para banho em concha infantil, com encosto reclinável,
com aro de propulsão –, adaptação postural em cadeira de rodas.
Outra nova incorporação será um dispositivo auditivo para
crianças de 5 a 17 anos com deficiência auditiva (de grau leve,
moderado, severo ou profundo) matriculadas no ensino fundamental I
e II e ensino médio. O acessório, acoplado ao aparelho auditivo,
elimina o excesso de ruídos que interferem na interpretação do
aluno. Um microfone posicionado próximo a boca do professor capta a
fala com boa intensidade, reduzindo os efeitos de reverberação e
ruídos, e o som captado é enviado via FM diretamente para o
receptor, qualificando o aprendizado do estudante. Após a
publicação das portarias que incorporam as novas tecnologias, o SUS
tem até 6 meses para efetivar a oferta à população.
TESTE DO PEZINHO – Já a ampliação do acesso a exames do Programa
Nacional de Triagem Neonatal, que realiza o Teste do Pezinho,
abarcará os estados do Acre, Alagoas e Sergipe na Fase III, e São
Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul na Fase IV.
A Fase III é capaz de identificar em recém-nascidos as doenças
hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, doença falciforme e
fibrose cística. E a Fase IV, além dessas, identifica deficiência
da biotinidase e hiperplasia adrenal primária. Com as
incorporações, um total de 16 estados terá o teste do pezinho na
Fase III e quatro na fase IV.
Os testes são implantados nos estados em quatro fases, conforme
a estruturação dos serviços – capacidade de oferta dos testes de
laboratório, contratação de profissionais para o acompanhamento do
paciente e a estrutura para o tratamento. Com, isso,
aproximadamente 545 mil crianças devem ser beneficiadas/ano.
VIVER SEM LIMITE – O Plano Viver Sem Limite visa atender os
cerca de 45 milhões de brasileiros – 23,9% da população – que
possuem algum tipo de deficiência. Por meio de ações estratégicas
em educação, saúde, inclusão social e acessibilidade, o plano visa
promover a cidadania e o fortalecimento da participação da pessoa
com deficiência na sociedade, promovendo sua autonomia, permitindo
o acesso e o usufruto, em bases iguais, aos bens e serviços
disponíveis a toda a população. Serão investidos R$ 7,6 bilhões até
2014, sendo R$ 1,4 bilhão do montante destinado ao eixo da
saúde.