O Ministério da Saúde publicou na edição de hoje (9) do Diário
Oficial da União portarias para aprimorar a metodologia de controle
do pagamento de internações de pacientes no Sistema Único de Saúde
(SUS). Com essa finalidade instituiu o Sistema de Regulação,
Controle e Avaliação (Sisrca).
As portarias estabelecem que o preenchimento da Autorização para
Internação Hospitalar (AIH) e a consequente autorização do
ministério para o pagamento, dependerá da checagem online, pela
unidade de saúde, das informações do paciente na base nacional do
Cartão Nacional de Saúde - o Cartão SUS.
Ao informar o número do Cartão SUS no registro da AIH, que é um
procedimento obrigatório desde 2012, o novo sistema validará o
cadastro do usuário por meio de uma busca automática na base de
dados do cartão. Assim, as informações de identificação dos
usuários do SUS, necessárias para registro das autorizações de
internações, serão preenchidas diretamente.
Os dados fornecidos ao ministério, pelos hospitais, devem estar
condizentes com as informações indicadas pelo paciente durante
atendimento no serviço de saúde.
De acordo com o texto, o novo sistema objetiva minimizar erros
ou inconformidades cometidos por operadoras no ato do registro
manual da AIH e impedir, por exemplo, o registro de usuários que já
tenham sido identificados como falecidos pelo Sistema de
Informações sobre Mortalidade. As medidas adotadas evitarão, ainda,
a duplicidade no registro das autorizações de internação e cadastro
de procedimentos incompatíveis com o sexo do paciente. Informação
como nome, filiação, sexo e CPF não podem ser alteradas nos
cadastros.
A partir de dezembro o novo sistema de registro estará disponível
aos gestores e, a partir de fevereiro de 2014, todas AIHs deverão
ser registradas obrigatoriamente no novo sistema. De acordo com o
Ministério da Saúde, os hospitais que não se adequarem às medidas
ficarão impedidos de comprovar os atendimentos e assim não
receberão os recursos.
As portarias 1.904 e 1.905 de 6 de setembro de 2013 foram
publicadas um dia após o programa Fantástico, da Rede Globo, exibir
reportagem mostrando fraudes nas autorizações para Internação
Hospitalar que resultaram no pagamento, pelo SUS, de internação de
uma pessoa falecida e de um parto registrado no nome de um
homem.
O Ministério da Saúde informa que faz monitoramento frequente para
evitar o pagamento indevido de atendimentos realizados no sistema
público. Entre 2008 e 2013, foram identificadas inconsistências em
4,9 milhões de AIHs preenchidas por hospitais e autorizadas pelos
gestores municipais e estaduais de saúde, que são responsáveis por
abastecer o sistema nacional. A ação impediu o pagamento indevido
de R$ 7,1 bilhões.