Sete em cada dez ortopedistas do País já
tiveram solicitações relacionadas ao paciente negadas pelo plano de
saúde
Sete em cada dez ortopedistas do País já tiveram solicitações
relacionadas ao paciente negadas pelo plano de saúde. As cirurgias
encabeçam a lista, com 55% de um total de 400 profissionais
entrevistados do setor. Essa foi a constatação de pesquisa,
realizada pelo Ibope para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia (Sbot), sobre a interferência das operadoras no
trabalho médico.
Em segundo lugar, entre os itens recusados estão os procedimentos
ambulatoriais ou exames (37%), material cirúrgico (25%), próteses
(12%) e implantes (9%).
"Há uma pressão velada. O médico é instruído a não pedir tantos
exames ou pode ser punido com redução do preço da consulta, por
exemplo. O paciente nem fica sabendo que poderia ter acesso a um
atendimento mais completo. A relação com as operadoras é uma das
coisas mais limitantes do exercício da medicina", afirmou Claudio
Santili, presidente da Sbot, ao jornal O Estado de S. Paulo no
último sábado (24).
De acordo com a pesquisa, entre os 275 médicos que tiveram recusas
no atendimento e informaram quantas vezes isso ocorreu no período
de um ano, 35% tiveram até 6 negativas e 24%, entre 7 e 12
vezes.
A principal justificativa das operadoras está relacionada a falta
de vagas (65%). Os outros aspectos levantados foram falta de
cobertura do plano para o atendimento (53%), carência (18%) e alto
custo do procedimento (18%).
Segundo Santili, é importante que a negativa venha acompanhada de
justificativa e do CRM do médico que avaliou o caso.
Os médicos ouvidos afirmam que, quando intervieram pessoalmente
junto às operadoras, conseguiram reverter a situação a favor do
paciente em 22% dos casos. Os 65% restantes, só conseguiram que o
plano arcasse com algumas das solicitações. A negativa foi mantida
em 10% dos casos.
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