O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira a aquisição de 80 aceleradores lineares -equipamentos para a realização de radioterapia- para serem distribuídos em 22 estados e no Distrito Federal. Ao entrarem em operação, eles ampliarão em 25% a oferta desse tratamento no SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo Padilha, as máquinas começarão a entrar em operação em 2014.
A pasta não informou quantos pacientes aguardam atualmente pelo tratamento, mas a radioterapia é tradicionalmente um dos gargalos na oncologia brasileira. Levantamento do Tribunal de Contas da União indicou que, em 2010, o tempo médio de espera era de 113,4 dias. O início tardio do tratamento pode prejudicar a saúde dos pacientes com câncer.
O governo diz ter feito uma boa economia na compra, cujo valor final ficou em R$ 119,9 milhões. Como exigência, a empresa vencedora, a Varian Medical Systems, terá ainda que transferir tecnologia para o país e, em um prazo de cinco anos, abrir uma fábrica no Brasil.
Das 80 máquinas, 41 vão para cidades que ainda não oferecem tratamento com os aceleradores lineares no SUS. Segundo o ministro, a distribuição do equipamento foi feita em conjunto com secretarias estaduais e municipais, além de levar em conta dados sobre o tratamento em cada região. Dessa vez, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará e Rio Grande do Norte não foram contemplados.
MÃO DE OBRA
Padilha afirmou que irá investir também na capacitação de profissionais da área de saúde para operarem os aceleradores.
"Não basta comprar equipamentos caros. Temos de incentivar a formação de profissionais", disse o ministro durante o evento, que comemorava um ano da unidade avançada de insuficiência cardíaca do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
A residência em física médica -para fazer a operação dos aparelhos- está no plano de expansão de vagas de especialização do Programa Mais Médicos.