Cerca de 7 milhões de mulheres
brasileiras deverão ser beneficiadas já em 2014
O Instituto Butantan, unidade vinculada à Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisas
biomédicas do mundo, irá produzir uma versão acelular da vacina
contra a coqueluche que permitirá a imunização de mulheres
grávidas.
A nova vacina será produzida graças a um acordo para
transferência de tecnologia firmado com a GlaxoSmithKline (GSK)
para a produção local do componente pertussis acelular do
imunobiológico. Cerca de sete milhões de mulheres brasileiras
deverão ser beneficiadas com a imunização já em 2014,
gratuitamente, pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Hoje o Butantan já produz a vacina contra difteria e tétano.
Pelo acordo, o laboratório irá transferir seu know-how para a
produção do componente acelular contra a coqueluche, desenvolvendo,
desta forma, uma nova vacina que irá imunizar contra as três
doenças.
A vacinação de mulheres contra a coqueluche durante a
gestação poderá oferecer proteção aos seus bebês recém-nascidos,
promovendo a redução de casos e óbitos pela doença nas crianças
menores de seis meses de idade.
Além disso, a imunização de gestantes poderá contribuir tanto
para a diminuição da transmissão da doença para o lactente quanto
para oferecer proteção indireta nos primeiros meses de vida, quando
a criança ainda não teve a oportunidade de completar o esquema de
três doses da vacina recomendado pela rede pública de
saúde.
No calendário do SUS, a vacina com o componente pertussis de
células inteiras, já produzidas pelo Instituto Butantan, é
oferecida para as crianças de até seis anos de idade. A primeira
dose deve ser recebida aos dois, a segunda aos quatro e a terceira
aos seis meses de idade.
"Será um grande avanço para a saúde brasileira. O Butantan se
consolidou como referência para o desenvolvimento de
imunobiológicos a serem incorporados ao sistema de saúde com
economia para os cofres públicos, a exemplo da vacina contra o
vírus influenza, causador da gripe", diz o diretor do Instituto
Butantan, Professor Jorge Kalil.
"É uma honra atuar como parceiros em mais um acordo de
transferência de tecnologia, que tem como objetivo apoiar a criação
de bases tecnológicas que auxiliem a pesquisa e o desenvolvimento
científicos no país no campo da saúde pública", afirmou Cesar
Rengifo, Presidente da GSK Brasil.