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Hospital Evangélico de Londrina adota videogame em salas

Fonte: Saúde Web Data: 03 fevereiro 2014 Nenhum comentário
Expectativa é diminuir riscos e aumentar precisão na avaliação de imagens. E para um futuro não tão distante, espera-se que os médicos possam usar o sistema também em rede

 

Investimentos em tecnologia são, normalmente, percebidos por colaboradores de uma empresa apenas quando se traduzem em resultados na rotina de diferentes departamentos, colaboradores e clientes. No caso do Hospital Evangélico de Londrina, no Paraná, no entanto, essa tradução foi mais que perceptível: transformou uma das atividades centrais do hospital.

A instalação do sistema Intera (a nomenclatura sugere a interação entre homem e máquina, médico e tecnologia, instituição e paciente) começou ainda no ano passado, a partir de uma necessidade identificada pelos médicos que trabalham na instituição. “Algumas especialidades médicas cirúrgicas precisam contar, nas salas cirúrgicas, com imagens radiológicas durante o procedimento, já que ele é guiado por essas imagens. Durante muitos anos isso foi feito com filme comum”, relata o presidente do Hospital Evangélico de Londrina, Luiz Soares Koury. Mudar uma estrutura estabelecida por décadas, no entanto, não é simples.

Entre as opções que se apresentavam na ocasião, estavam a instalação de um computador em cada sala cirúrgica, mas logo se identificou o problema da esterilização e limpeza do equipamento. Outra proposta foi o desenvolvimento para tablets, que seriam manuseados dentro de um saco plástico.

E foi no meio de uma conversa sobre o tema, envolvendo a equipe de Tecnologia da Informação que surgiu a ideia, proposta por um funcionário, de usar o Kinect (sensor de movimentos desenvolvido para videogames pela empresa Microsoft) e um módulo para fazer a interface, afinal, com um pendrive ou DVD, é possível inserir as imagens e proporcionar que o médico as manuseie com movimentos a distância.

O retorno
A vantagem, além do sistema funcional, é a possibilidade de ver mais detalhes e a imagem em movimento. Nem tudo foi perfeito, no entanto. Quando começou a se organizar o projeto, houve uma terceirização da área operacional da TI, e o funcionário que propôs a inserção da nova ferramenta pediu demissão. A empresa responsável pela oferta do equipamento também mudou a tecnologia de um ano para o outro, tornando o equipamento, comprado em 2012, obsoleto. Com isso, a direção do hospital teve que negociar mais uma vez a troca das estruturas. Enfrentando os percalços, o projeto entrou em execução novamente há cerca de três meses após ter sido tirado do papel no ano passado.

Apesar do pouco tempo, segundo o presidente do hospital, a aceitação tem sido bastante expressiva. O equipamento está em três salas das 12 existentes no local, e a meta é chegar a seis. Isso porque locais para salas de maternidade ou ginecologia, plástica e obstetrícia não demandam a existência de imagens radiográficas. “Quem já havia usado, pegou rápido. É simples. Basta uma demonstração e sequer é necessário um treinamento específico ou detalhado”, detalha Koury.

Expectativa
Com o sistema, a expectativa é diminuir os riscos, aumentando a precisão na avaliação de imagens. E para um futuro não tão distante, espera-se que os médicos possam usar o sistema também em rede, ou seja, quando o exame for realizado no próprio hospital, basta o médico acessar a pasta online, puxar a imagem, e consultar os dados para a cirurgia. “E isso vai alimentar outra possibilidade, como enquanto um médico opera um paciente, outro chega e faz uma tomografia. O mesmo sistema permitirá que se veja dois pacientes”, explica Koury. Com o sistema também se pode ampliar, excluir, organizar as imagens e ainda assistir vídeos e exames em movimento, como no caso das arteriografias. Porém, o executivo lembra que apesar da inovação, o sistema antigo continuará coexistindo porque ainda é necessário.

A meta é diminuir a chance de erros e há um projeto maior por trás das iniciativas. “Estamos em busca de acreditação e esta é mais uma ferramenta nesse sentido. Já temos um sistema de check-list da cirurgia segura, onde, ainda antes da anestesia do paciente, algumas perguntas padronizadas são feitas, diminuindo o risco de evento adverso”, lembra o presidente do hospital, exaltando as iniciativas para conquistar a acreditação já a partir do ano que vem.

Portal Multicalculo

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