Objetivo é democratizar acesso da população a reconstrução craniofacial
A partir de tomografias, o sistema em 3D desenvolvido pelo Centro Universitário da FEI em parceria com renomadas instituições do Brasil permite a modelagem e reconstrução craniofacial para a produção de próteses personalizadas.
“Os objetivos são incorporar inovações e tornar a interface ainda mais prática e fácil de usar, para os médicos que trabalham na modelagem; desenvolver tecnologias sem custos para a saúde pública, de forma a reduzir as filas de espera do Sistema Único de Saúde”, explica o professor Paulo Sérgio Rodrigues, do Departamento de Ciência da Computação do Centro Universitário da FEI, em comunicado.
O software faz a reconstrução em 3D de todo o crânio e estrutura óssea do paciente, dando origem a um molde. Com esse molde, é possível prototipar (imprimir) a prótese, em acrílico – material que apresenta menor índice de rejeição. Segundo Rodrigues, “a modelagem em 3D ainda é um dos maiores desafios da Ciência da Computação, pois exige muita intervenção humana”. Mesmo com toda a tecnologia, muitas próteses demandam ajustes na hora da cirurgia.
Alguns casos de sucesso com voluntários foram registrados com o uso do sistema desenvolvido desde 2005 e que agora está sendo continuado na FEI. Os próximos passos incluem: dar mais velocidade à interatividade com que se modela a prótese; e viabilizar a modelagem a distância, para que médicos trabalhem de forma remota, pela internet. “A grande contribuição desse projeto é social. As pessoas que têm esses problemas, muitas vezes, desenvolvem transtornos psicológicos. Queremos recuperar a autoestima e a socialização desses pacientes”, conta.
O Centro Universitário da FEI trabalha nesse projeto desde 2007, por iniciativa do professor Paulo Rodrigues, que já atuava há mais de dez anos em conjunto com o Laboratório Nacional de Computação Científica – LNCC, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Atualmente também integram a equipe da FEI o professor Carlos Thomaz, coordenador de mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica e três alunos de doutorado. Ainda participam instituições como o Centro Nacional de Pesquisa Renato Archer, USP São Carlos, entre outras, com apoio do CNPq, CAPES e FAPESP.