Trânsito faz carioca optar por transporte
público
Motivos: conforto, praticidade, menor tempo de
percurso e de cansaço pelo tempo despendido
Pesquisa encomendada pela Liberty Seguros sobre a
situação atual e as tendências da mobilidade urbana mostra que 47%
dos entrevistados utilizam o carro como principal meio de
transporte, número que contrasta com a perspectiva de um futuro
ideal onde menos de 7% da população optaria pelo uso do carro no
dia a dia.
Também foi revelado que o tempo médio de
deslocamento diário para o trabalho entre os entrevistados do Rio
de Janeiro foi o mais alto entre as cidades analisadas. Com média
de 1h10, os cariocas estão entre os que mais gastam tempo no
deslocamento urbano, superando a média nacional de 1h.
O
estudo encomendado pela seguradora – como parte do apoio ao tema da
mobilidade urbana por meio de sua ação social, o Projeto Sinal
Livre – mostra as opiniões de moradores de seis grandes centros
urbanos no país (Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Curitiba, São
Paulo e Rio de Janeiro) – sobre a situação atual e as tendências da
mobilidade urbana em suas cidades. Com a pergunta “Qual a sua (nome
da cidade) ideal para se viver?” a pesquisa, desenvolvida em
parceria com o instituto Teor Marketing, foi dividida em três
fases.
Mobilidade urbana
A
primeira contou com uma investigação inicial sobre as tendências em
mobilidade urbana no mundo, seguida pela fase exploratória onde
foram entrevistados 6 especialistas brasileiros em diferentes
aspectos da mobilidade urbana. Na fase final, foi realizada uma
pesquisa quantitativa com um total de 950 moradores, de 18 a 50
anos, das cidades escolhidas, sem cotas por sexo, idade ou classe
social, em que os entrevistados responderam às perguntas por meio
de um aplicativo de smartphone, totalizando 49% de mulheres e 51%
de homens, com idade média de 29,7 anos. A classe social
predominante dos respondentes foi a B, com 48% dos participantes,
seguida pela classe A, com 36% e classe C, com 16%.
Meio
de transporte
Outro
destaque da pesquisa na capital fluminense foi o número de
entrevistados que migraram para um novo meio de transporte nos
últimos cinco anos. 38% responderam ter optado por uma nova forma
de locomoção nos últimos cinco anos, sendo que, desse total, 37%
trocaram o carro ou moto pelo transporte público.
Entre
os motivos que levaram à troca, lideram a redução do tempo de
percurso, o conforto, a praticidade e o menor cansaço pelo tempo
despendido com o trânsito. Embora 50% dos entrevistados tenham
feito a migração inversa, saindo do transporte público e indo para
o particular, o índice de adesão ao transporte público no Rio de
Janeiro foi o mais alto entre todas as capitais do
estudo.
De
acordo com José Mello, superintendente de Pesquisa e Inovação da
Liberty Seguros, os números sobre a migração no meio de transporte
indicam que o Rio de Janeiro é a capital brasileira que mais
caminha para o cenário ideal em relação à mobilidade urbana, de
acordo com a opinião dos entrevistados. “O Rio foi a cidade em que
a migração para o transporte público chegou mais perto dos índices
de respondentes que migraram para o transporte
particular.”
“Embora ainda haja uma diferença, provavelmente
em razão da ascensão econômica da classe C e o acesso mais fácil ao
crédito que destravaram uma demanda reprimida para aquisição de
automóveis no mercado, é notável que os cariocas buscam no
transporte público uma solução para maior agilidade e menor
desgaste com os efeitos do trânsito”, comenta Mello.
Futuro
Em
relação ao meio de transporte ideal para o futuro, apenas 6% dos
respondentes prefeririam carros e motos como meio de transporte, o
que revela uma discrepância em relação aos 94% que idealizam uma
cidade com transporte público, bicicletas ou com a locomoção feita
a pé. “Estas aspirações se mostraram comuns em todas as classes
sociais. É consenso entre os entrevistados que o tempo de
deslocamento para o trabalho ou para as atividades de lazer seja
reduzido drasticamente em relação aos parâmetros atuais”, comenta o
superintendente em relação ao transporte preferido na cidade
ideal.
Quando perguntados a respeito do Rio de Janeiro
ideal para o futuro, os moradores preferem ver a cidade com menos
habitantes. Para 46% dos entrevistados, a cidade teria uma
densidade demográfica mais baixa no futuro. Outros 31% disseram o
contrário, preferindo mais habitantes na cidade nos próximos anos e
23% manifestaram indiferença em relação a este ponto. Na média
nacional, 48% dos entrevistados preferem que suas cidades tenham
menos moradores e 30% gostariam de cidades mais
populosas.
Cidades compactas
Assim
como na pesquisa nacional, os dados do Rio de Janeiro apontam que
os moradores seguem a tendência de quererem viver em cidades mais
compactas, ou seja, 75% dos entrevistados esperam realizar compras
e atividades cotidianas nos bairros onde moram ou pela internet.
20% seguiriam optando por shoppings e centros comerciais fechados e
apenas 5% gostariam de comprar em lojas de rua, concentradas em uma
única região, não necessariamente no bairro onde moram. A tendência
é seguida nas outras capitais do estudo, onde a média de
entrevistados que deseja realizar as atividades comerciais próximo
de casa também é de 75%.
Além
da vontade de viver em cidades mais compactas, outros fatores
tiveram destaque entre os entrevistados no Rio de Janeiro: 76% dos
entrevistados da capital fluminense gostariam de ter calçadas mais
largas para os pedestres e, para 63%, os moradores da cidade do
futuro deveriam passar mais tempo em parques e outros locais
abertos.
‘Home-office’
Outro
ponto importante está na vontade de flexibilização do horário ou
espaço de trabalho, uma vez que 95% dos cariocas manifestaram o
desejo de poder trabalhar em horário diferenciado ou fazer uso da
prática do home-office algumas vezes durante a semana. Atualmente,
52% dos entrevistados declaram ser beneficiados por este tipo de
prática.
Para
49% dos cariocas que esperam uma cidade melhor, mais organizada e
consciente no futuro, o caminho da mudança para a cidade do futuro
está nas atitudes dos governantes, sendo o voto o principal fator
de mudança. Por outro lado, para 44% dos respondentes, a mudança na
sociedade está nas atitudes individuais e coletivas. Na análise
consolidada da pesquisa das outras cidades, 51% considera que a
mudança está nas atitudes individuais e coletivas e 42% credita
esta responsabilidade ao poder público.