A dengue assola o País e, em graus diferentes tem impedido viagens, locais como Pernambuco, Ceará, São Paulo, Minas Gerais e Paraná apresentam dados alarmantes sobre a doença. A prevenção é a principal arma contra a doença, por isso os habitantes devem ficar alerta sobre alguns cuidados necessários.
“O quadro clínico da dengue é muito variável, de leve a grave, e pode até mesmo levar à morte”, explica dr. José Geraldo Barbosa Jr., médico responsável pelo atendimento do Sergurviaje da Mapfre.
Já a Fensaúde, em nota, pontua que os beneficiários de planos de saúde precisam ficar atentos sobre a forma de fazer o diagnóstico. Há dois tipos de testes que podem ser realizados, mas o teste rápido não tem cobertura obrigatória das operadoras de plano de saúde. Esse teste é feito em laboratórios que possuem o kit para identificação da doença, mas especialistas alertam que um falso negativo é possível nesses casos, já que ele teria mais eficácia nos primeiros dias da manifestação da doença.
Já o exame de sorologia da dengue, está coberto. O diagnóstico sorológico é realizado através da pesquisa e dosagem dos anticorpos das classes IgM e IgG. O teste é realizado pela maioria dos laboratórios. Os médicos devem seguir as orientações do Ministério da Saúde para a sua realização, que depende da situação epidemiológica.
Transmissão e Prevenção
Para adultos: usar repelentes de boa procedência e reaplicá-lo a cada quatro ou seis horas. Vestir roupas como calças compridas e blusas de manga comprida, quando possível, também funcionam, pois diminui a exposição da pele.
Para crianças: para crianças de 2 a 12 anos, o repelente deve ser adequado à idade. A aplicação não é recomendada em bebês com menos de dois anos, pois o produto contém substâncias nocivas para os pequenos. O método preventivo mais apropriado é o uso de calças e mangas compridas; e para os bebês e pessoas que costumam dormir durante o dia, o uso de mosquiteiros.
Cuidados também em casa
Além de adotar medidas preventivas durante as viagens, é necessário combater a dengue também em casa, na escola e no trabalho, ficando atento a possíveis focos do mosquito vetor. Plantas que estão expostas devem sempre conter areia nos vasos, o mesmo vale para pratos, pneus, calhas e telhados e qualquer recipiente que acumule água. Para armazenar água para uso, o local deve sempre estar bem fechado.
“É muito importante cobrir baldes, bacias, utilizar cloro em piscinas e deixá-las cobertas quando não estiverem em uso. Preencher os pratinhos dos vasos de plantas com areia até a borda, não deixar acumular água e manter os ambientes fechados até o momento do uso são atitudes simples, mas muito importantes”, diz o médico.
A Dengue no Brasil
Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 460.502 casos de dengue no país de janeiro a 28 de março. O Sudeste teve o maior número de casos notificados (304.251; 66,1%), seguido por Centro-Oeste (59.855 casos; 13%), Nordeste (51.221 casos; 11,1%), Norte (19.402 casos; 4,2%) e Sul (25.773 casos; 5,6%).
No ano, houve aumento dos casos por habitantes em todas as regiões do país, com o Centro-Oeste e o Sudeste apresentando as maiores incidências: 393,3 casos por 100 mil habitantes e 357,5 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Os estados com mais incidência são: Acre (882,5 casos/100 mil hab.), Goiás (702,4 casos/100 mil hab.) e São Paulo (585,5 casos/ 100 mil hab.).
Além disso, apenas no primeiro trimestre do ano, a doença já provocou 132 mortes, um crescimento de 29% em relação ao primeiro trimestre de 2014. “Para auxiliar no combate à doença é muito importante que qualquer suspeita da enfermidade seja comunicada à Vigilância Epidemiológica”, recomenda o médico.