A Proteste enviou ofício para a Agência Nacional de Saúde (ANS), em que solicita que planos de saúdes passem a exercer sem custos, os exames que permitem diagnosticar a dengue com mais rapidez. Hoje (12), em entrevista para a Rádio Brasil Atual, a coordenadora institucional da associação, Maria Inês Dolci, conta o por quê da proposta da instituição. “A análise (atualmente) só sai sete dias após o exame, ou seja, quando a doença já está finalizada. Portanto, nesse ínterim ocorrem até mortes por causa dessa demora”.
“Há um exame antígeno que pode ser feito e tem o resultado no mesmo dia. Portanto, tendo em visto o avanço da dengue no país, que é uma epidemia, se queremos agilizar o diagnóstico, é importante que os planos de saúde passem a cobrir esses exames”, prosegue.
Dolci afirma que os cidadãos vulneráveis, como os idosos e crianças, são os mais afetados pela forma como é feita a avaliação hoje. “Se o exame pode ser feito, e no mesmo dia ter o diagnóstico, é evidente que se pode salvar vidas.”
A proposta da entidade também inclui o abatimento do valor no ressarcimento do Sistema Único de Saúde (SUS), quando o beneficiário tem plano de saúde mas é atendido pela rede pública.
Sobre a inclusão do exame no leque de atendimento dos planos de saúde, a coordenadora afirma que há um protocolo bastante demorado para a aprovação e que não há tempo para esperar a burocracia. “Nesse momento, nossa instituição enxerga como uma boa saída um acordo feito com o Ministério da Saúde, junto com a ANS. O que não podemos é esperar mais tempo, tendo em vista que hoje temos vinte mortes confirmadas no país, podendo até haver mais, que não foram notificadas.”
Segundo a ativista, ainda não houve respostas do Ministério da Saúde, porém a associação irá insistir, para que se possa chegar à uma solução com mais brevidade.
Aumento da água
Neste mês, a Proteste entrou com uma ação civil pública contestando o aumento na conta de água e esgoto estabelecido pela Sabesp. Dolci conta que ainda aguarda o posicionamento do Ministério Público. “Estamos aguardando uma resposta, entendemos que o consumidor está pagando duas vezes, pagou o aumento este ano, e agora o reajuste extraordinário. Então, não é justo que o consumidor pague pela falta de chuva, pela falta de investimento.”
“Nos Estados Unidos, em São Francisco, também ocorre o problema e o consumidor não é prejudicado por tarifas altas, o consumidor colabora com a consciência na utilização da água, além dos investimentos para a captação da agua”, completa.