A pesquisa também constatou que o
número de idosos, acima de 60 anos, no segmento de autogestão é o
dobro da média geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
e dos outros segmentos de saúde – medicina de grupo, cooperativas e
seguradoras. Representam 24%, totalizando mais de 835 mil
indivíduos. “O cenário em que vive a autogestão já é o que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) espera para o Brasil em
2050, quando a população idosa brasileira passará de 7,8%
para 23,6%, se comparada a evolução dos anos de 2000 a 2050”,
explica Neto.
A 16ª edição da Pesquisa Nacional
Unidas ouviu 57 empresas, que, em conjunto, ofertam 304 planos de
saúde. As instituições respondem por mais de 3,5 milhões de vidas,
dos quais 59,4% são ativos, 22,5% aposentados e 18,1% agregados. O
estudo apresenta diversos indicadores de utilização, custos,
concentração de gastos com internações, entre outros fatores.
Custo alto – O envelhecimento da
população brasileira representa um dos maiores desafios aos
sistemas de saúde público e privado. O custo assistencial das
pessoas com mais de 59 anos é seis vezes maior do que os da
primeira faixa etária (0 a 18 anos). “Para se ter uma ideia, o
custo médio anual de um aposentado, residente na região Sudeste do
Brasil é de R$ 7.154,81. Já o custo das pessoas que estão na
primeira faixa etária é de R$ 1.303,92”, analisa João Paulo, com
dados da Pesquisa Nacional Unidas.
Quanto ao custo médio dos
procedimentos, a variação no ano foi de 10% para consultas, 18%
para exames e 13% para internações hospitalares. Isso resultou no
aumento de 19% no custo per capita/ano da cobertura
médicohospitalar.
A concentração de gastos por regime
de assistência hospitalar, ambulatorial e domiciliar é de 54,4%,
42,5% e 3,1%, respectivamente. O custo médio anual foi mais elevado
nos aposentados e nos agregados, reflexo da maior utilização do
plano destas categorias de beneficiários.