Um homem de 30 anos foi preso, na noite desta quarta-feira (14), suspeito de colocar fogo no próprio veículo e fingir que foi roubado para conseguir ressarcimento do seguro, no Distrito Industrial, zona norte de Uberlândia. Segundo a Polícia Militar, o homem trabalha como frentista e confessou que praticou o crime pois tinha tentado vender o carro, mas não encontrou compradores.
A PM recebeu uma denúncia, às 20h, na qual o suspeito informou que tinha acabado de ser assaltado, no setor norte do Anel Viário Ayrton Senna. O homem disse à PM que estaria em um posto de gasolina nas redondezas do suposto assalto para formalizar a denúncia.
Quando os militares chegaram ao posto, o homem relatou que trafegava pela rodovia em um Peugeot 207 e dois autores armados, com capacetes escuros, o abordaram e obrigaram que ele encostasse o carro. Em seguida, os homens teriam obrigado que ele saísse do veículo e deitasse no chão. Depois, os supostos assaltantes teriam fugido, sentido bairro Morumbi, na zona leste da cidade.
Durante a ocorrência, outras viaturas da PM encontraram o carro incendiado no km 149, na BR-452, na zona rural da cidade. Após ser indagado sobre a situação, o homem começou a se contradizer. Depois, ele confessou que havia mentido sobre o roubo e que a intenção era dar fim ao veículo e receber a indenização do seguro. Segundo a PM, uma pessoa, que estava no posto, testemunhou a confissão. A reportagem do CORREIO de Uberlândia tentou contato com essa testemunha, mas as ligações não foram atendidas.
O homem foi conduzido à Delegacia de Plantão da Polícia Civil, onde prestou depoimento durante a madrugada desta quinta-feira (15). Ele segue detido e deve responder por falsa denúncia de crime, com pena de um a seis meses de prisão. Ele também pode ser indiciado por tentativa de fraude contra a empresa seguradora, com pena entre 1 a 5 anos de reclusão.
O carro incinerado teve perda total e foi guinchado a um dos pátios de recolhimento de veículo do município.
PM diz da gravidade do problema
Para o major da PM Julio Cesar Cerizze Cerazo, casos em que pessoas tentam levar esse tipo de vantagem são graves e não compensam o risco, pois sempre são descobertos. “Na hora do registro, as Polícias Civil e Militar tem condições, na hora do registro da ocorrência, de apurar se houve fraude ou não. A própria seguradora tem a equipe dela que apura os fatos antes de pagar”, afirmou.
O major também disse que esse tipo de ocorrência faz o preço do seguro aumentar. “Por conta desses que burlam o sistema, as seguradoras se sentem no direito de aumentar as taxas para se precaver de espertalhões”, afirmou. A PM também conscientiza a população dos problemas causados por falsas denúncias de crime, como deslocamento de contingente para atendimento de ocorrências fictícias.