Como estratégia para atrair mais pessoas para aderir à previdência complementar, o Governo Federal estuda conceder incentivo tributário para contribuintes que declaram o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) no modelo simplificado. Foi o que disse ontem o secretário-adjunto da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, José Edson da Cunha Júnior, no 23° Seminário de Investimentos da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Nordeste (Capef).
O Governo já oferece incentivo para empresas por meio do qual podem ser abatidos até 20% da folha salarial total dos participantes do plano de previdência complementar. Há benefício para o empregado caso faça declaração do IRPF no modo completo, podendo abater até 12% de sua renda anual.
A nova proposta criaria modelo de incentivo à previdência privada que contemplasse também os que declaram no modelo simplificado. José Edson diz que cerca de 55% dos contribuintes optam por esse modelo. O interesse por fazer com que mais pessoas procurem planos de previdência privada parte de que esse tipo de modelo ganhará espaço em 2017, a partir da reforma da previdência, que vai impor mais limites na previdência pública.
A previdência, segundo o secretário, deve ter uma recuperação mais lenta do que a do restante da economia. Isso porque, com a retomada de recursos por parte da população, serão priorizados gastos com saúde e educação. Segundo Zilana Ribeiro, diretora-presidente da Capef, o momento é delicado para fundos de pensão, como consequência da baixa da taxa de juros esperada para os próximos meses. Isso fará com que a rentabilidade desses fundos também diminua, visto que optam por investimentos de renda fixa, cujo rendimento está ligado à Selic.
Zilana conta que a Capef está estudando aplicar em investimentos de renda variável, desde que com uso de hedge – mecanismo que maximiza a segurança de investimentos considerados mais arriscados. Além disso, deverá haver aplicações em fundos imobiliários, cujos preços estão mais acessíveis e possibilitam um retorno maior no futuro. Investimentos em renda fixa, considerados mais seguros, não serão abandonados.