Azia, dor de estômago e refluxo são sintomas comuns na rotina de milhares de pessoas. Com a correria do dia a dia e os hábitos alimentares inadequados os problemas estomacais estão cada vez mais presentes na vida de muitas pessoas que, na maioria das vezes, não conseguem diferenciar os sintomas e acabam por não dar o tratamento adequado ao mal-estar.
Muitos dos sintomas ocorrem logo após a alimentação, como é o caso do refluxo. Os alimentos que ingerimos chegam ao estômago por meio do esôfago, que é semelhante a um tubo muscular, controlado por duas válvulas, o esfíncter esofágico superior e o inferior. Um controla a passagem do alimento até o esôfago e o outro permite que a comida chegue até o estômago. Quando esse último não fecha totalmente após a passagem do alimento acontece o refluxo, que causa um processo inflamatório que quando não tratado, pode evoluir para uma doença mais grave como a esofagite de refluxo e até mesmo predispor ao câncer.
Com o refluxo surge também a azia, que se apresenta pela sensação de queimação no abdome quando o ácido gástrico entra em contato com a mucosa esofágica. Entre as causas, além da alimentação inadequada, está o aumento de peso, o estresse, o tabagismo e o consumo de álcool. A médica Jerusa Miqueloto, do Laboratório Frischmann Aisengart, explica que a azia é o sintoma mais comum do refluxo. “O refluxo pode causar inúmeros sintomas, como a azia, até dores no peito, asma, tosse, rouquidão, laringite, entre outros, que são chamados de sintomas atípicos ou extra-esofágicos", menciona.
A má-alimentação também é uma vilã quando o assunto é a gastrite, uma inflamação da mucosa do estômago que ainda pode ser agravada por alguns tipos de medicamentos, pelo estresse físico ou psíquicos. “Existem dois tipos de gastrite, a aguda e a crônica, que evoluem rapidamente. É uma doença séria, que precisa de tratamento individualizado. O importante é que o paciente procure um médico e faça os exames para a confirmação da doença para ser orientado sobre como tratar. Outro ponto importante é nunca se automedicar, pois, nesses casos, se o tratamento for incorreto, podem agravar ainda mais o quadro clínico do paciente”, diz a médica.
Para ajudar na identificação das doenças estomacais os especialistas contam com a endoscopia gástrica, que permite a avaliação da mucosa do esôfago, estômago e a primeira parte do intestino delgado. “Para fazer o exame a orientação é que o paciente vá acompanhado e, após, fique em repouso até o efeito do sedativo parar completamente. Após o procedimento pode existir a sensação de estômago inchado. Esses sintomas tendem a desaparecer pouco tempo depois do exame”, explica a médica.