A combinação de juros altos e recuperação do mercado acionário fez os fundos fechados de previdência terem rentabilidade média de 14,86% em 2016, batendo a meta atuarial após três anos, segundo estimativa da Abrapp, entidade que representa o setor.
“Finalmente os fundos tiveram algum fôlego no ano passado”, disse o presidente da Abrapp, Luís Ricardo Marcondes Martins.
A meta atuarial, rentabilidade mínima que os fundos devem obter para conseguir no longo prazo pagar os benefícios de todos os seus cotistas, foi de 13,44% ano passado. Já o patrimônio conjunto dos fundos fechados era de cerca de R$ 790 bilhões no fim de 2016.
O setor, que reúne planos de pensão dos empregados de algumas das maiores empresas do país, como Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal) tem sofrido nos últimos anos as consequências de um combinação de bolsa em queda, fracassos bilionários em grandes projetos de infraestrutura e problemas de gestão.
Como consequência, alguns deles, incluindo Funcef, Petros e Postalis (dos empregados dos Correios) estão tendo que apresentar planos de equacionamento de déficits.
Para Martins, com a Selic em queda, os fundos terão gradualmente que buscar ativos de maior risco. A taxa básica, que referencia boa parte da carteira dos fundos, formada por títulos públicos, ficou em 14,25% ao ano de julho de 2015 até outubro passado. Desde então, o Banco Central fez três cortes, para os atuais 13% ao ano. A expectativa do mercado é que a taxa poderá chegar ao redor de 10 por cento até dezembro.
Ao mesmo tempo, o executivo avalia que o Ibovespa pode não repetir neste ano a alta de 38,9% registrada no ano passado. Ainda assim, disse Martins, a tendência é que os gestores das fundações ampliem a exposição em ações, em crédito privado, como debêntures, papéis que oferecem maior liquidez.