Sou um pequeno corretor, não tenho sequer recursos disponíveis para contratar um advogado que possa acompanhar esse processo. O desabafo foi feito ao CQCS pelo verdadeiro dono da Unirio Assessoria Administração e Corretora de Seguros, Sebastiao Luiz Soares Charles. A empresa ganhou as manchetes dos jornais na semana passada porque um suposto sócio, Francisco de Assis Neto, o Kiko, foi incluído pela Policia Federal no inquérito da Lava Jato que apura envolvimento de diversas empresas em fraudes praticadas pelo grupo político do ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral. “Até agora, eu não sei como a Polícia Federal chegou ao nome da Unirio”, diz Charles.
Ele explica que a empresa foi aberta por cinco sócios, inclusive Kiko, em abril de 1999. Mas, pouco mais de um ano depois, Kiko deixou a sociedade. Em 2002, Charles passou a ser sócio da corretora e nem chegou a conhecer o hoje “famoso” fundador da empresa. “Desde então e até 2010, quando encerrei as operações da corretora, já como único dono, com 99% de participação, nunca entrou qualquer recurso em nossa conta corrente que não fosse de comissão paga por seguradoras”, afirma Charles, que hoje atua como corretor pessoa física.
Para ele, o mais provável é que a Polícia Federal tenha localizado o primeiro contrato social e não tenha encontrado o de saída dos sócios fundadores. Além disso, admite que a corretora ainda permanece como ativa no banco de dados da Susep.
Ele aguarda a prisão de Kiko, que está foragido e procurado, inclusive pela interpol, para que toda essa confusão seja definitivamente esclarecida. “Tenho certeza que ele irá confirmar que esse envolvimento do nome da Unirio não procede”, torce Charles.