Menos tempo de espera na marcação de
consultas e exames. É isso o que a ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar) promete melhorar para os cerca de 12 milhões de
usuários de planos de saúde do País. A entidade publicará, nos
próximos dias, instrução normativa que estabelece prazos máximos de
espera nos agendamentos.
A decisão tenta pôr fim nas discussões entre médicos e planos de
saúde sobre o valor médio pago por consulta e, assim, aumentar o
número de profissionais que prestam serviço às operadoras.
Atualmente, o usuário do Grande ABC espera, em média, um mês para
agendar consultas. A ideia é de que seja preciso entre três e cinco
dias para agendamentos simples e até 15 dias para
especialistas.
O baixo valor pago para os médicos, em média R$ 40 por consulta,
desestimula profissionais a se manterem cadastrados e tem aumentado
consideravelmente o prazo de espera dos pacientes.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados ontem, o
diretor-presidente da ANS, Mauricio Ceschin, reconheceu que "há
defasagem que precisa ser resgatada em relação ao pagamento de
honorários aos médicos. Eles não têm sido reajustados da mesma
forma como foram os insumos". Para ele, o reajuste dos
pagamentos tem que ser discutido com cautela para que os custos não
sejam repassados aos consumidores.
EM GUERRA
Médicos e planos de saúde estão em guerra desde abril, quando a
categoria médica paralisou por 24 horas o atendimento aos
pacientes. Os médicos reclamam que os aumentos dos preços dos
planos de saúde não têm sido repassados aos prestadores. Já as
empresas garantem que têm elevado os pagamentos acima da
inflação.
De acordo com o diretor-presidente da ANS, para que o consumidor
não seja punido por essa briga, será editada a normativa. "Não
faz sentido que o consumidor que paga um plano de saúde não seja
atendido ou espere um, dois ou até três meses para fazer uma
consulta ou procedimento."
Segundo ele, a instrução fará com que os planos se reestruturem,
contratem mais médicos e negociem os valores pagos.
A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), entidade que
congrega 15 operadoras, explica em nota que os valores pagos e os
índices de aumento não são calculados pela associação, e esclarece
que "de total de 1.183 operadoras, o reajuste médio do valor das
consultas médicas praticado por afiliadas da Federação entre 2002 e
2010 variou entre 83,33% e 116,30%." (com agências)
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