Mensalidades custam a partir de R$ 50,
para os casos dos contratos individuais, e de R$ 123 em diante,
para os mais clientes mais velhos. Cobertura é restrita Da intenção
à implementação de planos de saúde populares e a preços mais
acessíveis o caminho é longo. Estão em análise na Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS) as propostas do Ministério da Saúde para
baratear os valores das mensalidades. E enquanto não chegam a um
consenso, a solução para quem está sem plano de saúde pode ser
buscar atendimento em convênios de clínicas populares. As
mensalidades custam a partir de R$ 50, no caso do plano individual,
e de R$ 123 em diante, para os mais velhos.
Entre algumas opções no mercado, a
Camim oferece laboratórios próprios, equipe médica e técnica e têm
quatro unidades em Campinho, Jacarepaguá, Realengo, Anchieta e
Nilópolis. A clínica trabalha com planos de R$ 58, para a faixa
etária de 0 a 18 anos, e de R$ 123 para quem possui mais de 59
anos. Em todos, os clientes têm direito a consultas ilimitadas. Mas
para alguns exames laboratoriais e raios-X há carência de 90 e 120
dias, respectivamente.
Para o cliente não enfrentar fila ou
esperar no telefone, a Camim criou uma ferramenta para os usuários.
“Pelo aplicativo o cliente pode marcar sua consulta com total
comodidade”, diz Cristiano Gomes, gerente da rede.
No Memorial Saúde, com mais de 50
unidades distribuídas pelo Rio, como Copacabana, Botafogo, Campo
Grande, Madureira e Tijuca, por exemplo, os planos variam de R$ 98,
para faixa etária de 18 anos, a R$587,92, para 75 anos. O centro
possui todas as especialidades médicas, UTI móvel, CTI, além de
oferecer exames laboratoriais.
Um diferencial dessa modalidade de
convênio apontado por Guilherme Aranha, sócio-diretor do Centro
Médico Pastore, é o fato de a clínica ter sistema próprio de
benefícios, o que, segundo ele, permite oferecer o mesmo valor de
mensalidade a todos os seus clientes.
“Por R$ 50 mensais os clientes têm
desconto de 50% nas consultas”, conta.
Com preços mais em conta, as clínicas
com planos populares são um atrativo para quem está sem convênio,
mas algumas precauções devem ser tomadas para não “ficar no meio do
caminho”.
De acordo com o corretor Claudio
Zoghbi, da Coopclass Corretora, é preciso, antes de aderir ao
plano, procurar referências sobre o convênio que pretende contratar
e se ele tem autorização da ANS para funcionar. “O usuário precisa
avaliar se o atendimento contempla as suas necessidades”,
orienta.
Entidades de defesa do consumidor
questionam a proposta do Ministério da Saúde para planos populares.
Para o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e a Associação
Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a medida “representará
mudança radical, para pior, na atual legislação que já apresenta
falhas e lacunas”. As entidades argumentam ainda que “será volta ao
passado, mesma situação de 20 anos atrás, quando existiam planos de
menor preço, porém segmentados e com restrições de coberturas”.
A criação de um grupo técnico na ANS
para analisar a proposta do ministério foi duramente criticada.
Segundo a nota, o grupo “exclui da discussão entidades da saúde
coletiva, de defesa do consumidor, de médicos dentre outros setores
da sociedade envolvidos”.
Ministro garante que não haverá
redução de cobertura
A discussão em torno de planos de
saúde mais em conta não é nova. Desde agosto do ano passado, o
ministro da Saúde, Ricardo Barros, tem dito que os convênios
populares poderão ser viabilizados sem que haja uma diminuição da
cobertura obrigatória de serviços. O que é contestado por órgãos de
defesa do consumidor, que temem redução da cobertura e número de
procedimentos que as empresas são obrigadas a cobrir, segundo
normas da ANS.
O ministro encampou a ideia de colocar
seguros com preços acessíveis no mercado, abrindo a possibilidade a
essas empresas de oferecerem menos do que hoje é exigido do setor.
O ministro enviou sugestões à ANS para viabilizar os novos modelos
e criou um grupo de trabalho para elaborar a proposta, que deverá
incluir mudanças regulatórias da agência. Procurado pelo DIA, o
Ministério da Saúde nformou que não teria como antecipar tópicos da
proposta antes da análise da agência. “O ministério somente poderá
fazer qualquer posicionamento depois da conclusão desse trabalho e
possíveis encaminhamentos”, informou em nota.
À espera por mudanças no setor, a
advogada Ana Carolina Rivas vê com desconfiança a “benesse” do
governo. “Sinalizam com uma nova modalidade que vai resolver os
problemas de quem não pode pagar um plano convencional. Mas será
que terá a mesma cobertura dos outros planos?”, questiona.