O carro alegórico da escola de samba
Paraíso do Tuiuti que, atropelou e prensou 20 pessoas no primeiro
dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, no domingo
(26), voltou a Marquês de Sapucaí na manhã desta quarta-feira (1)
para uma nova perícia.
Peritos do Instituto de Criminalística
Carlos Éboli, da Polícia Civil, mediram o carro, avaliaram o
trajeto e movimentaram a alegoria no setor 1 do sambódromo.
Segundo o delegado da Cidade Nova (6ª
DP), William Lourenço, ainda não é possível tirar qualquer
conclusão sobre o acidente. "Os peritos ocuparam a posição do
motorista, fizeram deslocamento com e sem a parte acoplada. Foi um
trabalho bastante completo".
De acordo com Lourenço, já foram
ouvidas três pessoas. A partir de quinta (2), serão ouvidas novas
testemunhas. O relatório da perícia tem prazo de dez dias para ser
entregue.
Representantes da escola participaram
da simulação e culparam o motorista da alegoria, Francisco de Assis
Lopes, que também participou da reconstituição da Polícia
Civil.
Lopes não quis se pronunciar sobre o
acidente e apenas voltou a pedir desculpas às vítimas. "Eu sou
motorista de caminhão, só quero seguir com a minha vida. Não quero
culpar ninguém, acusar ninguém. Só quero pedir desculpas aos
familiares", disse o motorista.
O diretor de Carnaval da Paraíso do
Tuiuti, Leandro Azevedo, afirmou que o motorista do carro alegórico
não tem uma visão frontal da alegoria, mas que era guiado por
outros componentes da escola, que ficavam postados nas laterais do
carro.
Segundo ele, depois de entrar na
avenida, o carro bateu a lateral esquerda nas grades da
arquibancada do setor 1. Em seguida, se chocou com a lateral
direita da pista, onde ficam as cabines de rádio. Por fim, o
motorista deu marcha ré e atropelou as pessoas.
Azevedo conta que após o acidente, o
motorista foi retirado e o mecânico da escola assumiu o volante,
conduzindo o carro até o final do desfile. Em relação a supostas
agressões sofridas pelo motorista, o diretor da escola disse
acreditar que isso não tenha acontecido. "As pessoas tiraram ele do
carro. Eu acredito que não tenha sido agredido. As pessoas que
tiraram ele do carro são da confiança do presidente da escola",
acrescentou.